• Dirigente do Fed diz que deseja começar logo o tapering nos EUA

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  • 01/10/2021 13:47
    Por Gabriel Caldeira / Estadão

    Presidente da distrital da Filadélfia do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Patrick Harker afirmou que quer começar logo o tapering – como é conhecido o processo de retirada gradual dos estímulos monetários por BCs – do Fed “logo” para que a entidade possa elevar os juros nos Estados Unidos caso seja necessário. Durante evento organizado pela Câmara do Comércio do Condado de New Castle nesta sexta-feira, Harker afirmou que a alta inflação dos EUA é outra razão para acelerar o processo de redução dos estímulos.

    Segundo ele, é possível que as pressões inflacionárias advindas da reabertura da economia global podem não ser tão transitórias quanto o esperado.

    Em seu discurso durante o evento, o dirigente, que não tem direito a voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) este ano, afirmou esperar uma inflação anual de cerca de 4% em 2021, antes dos preços moderarem para um nível um pouco acima de 2% em 2022.

    Em 2023, o líder da distrital da Filadélfia do Fed prevê que a inflação converja para a meta de 2% da entidade.

    Os gargalos na cadeia de suprimentos, porém, são um risco de alta para esta previsão, já que eles podem levar anos para serem solucionados completamente, disse Harker.

    Tapering a partir de novembro e alta dos juros no fim de 2022

    O presidente da distrital da Filadélfia do Federal Reserve reafirmou sua defesa pelo tapering “em breve”, a partir de novembro. Segundo ele, os estímulos monetários já não são necessários em uma economia com problemas na oferta.

    Após o término do tapering por volta de meados do ano que vem, Harker afirmou que o Fed poderá começar a pensar em uma alta dos juros nos Estados Unidos. Ele alertou, no entanto, que isso não deve ocorrer antes do período entre o fim de 2022 e o começo do ano seguinte.

    O dirigente disse estar otimista quanto à perspectiva econômica do país, e previu um crescimento de cerca de 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) americano em 2021, além de altas de 3,5% em 2022 e de 2,5% em 2023.

    Apesar do otimismo, Harker voltou a dizer que os gargalos na cadeia de suprimentos são empecilhos “poderosos” ao crescimento, especialmente se duraram pelos próximos anos, como alguns “sinais” indicam, segundo ele.

    “Escassez de peças essenciais como chips semicondutores prejudicou não apenas a produção de carros e caminhões, mas também de bens duráveis menores, como eletrodomésticos”, destacou o dirigente.

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