• Diretores de hospitais privados citam ‘caos’ e apelam para que população faça isolamento

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  • 18/12/2020 10:18

    Com 100% dos leitos nclínicos e de UTI ocupados, o diretor executivo operacional do Hospital SMH – Beneficência Portuguesa de Petrópolis, Fernando Baena, fez um apelo para que a população entenda que é necessário fazer isolamento. Ele classificou a realidade atual como num “caos” e afirmou que a hora não é de discutir se houve problemas de gestão seja do governo federal, estadual ou municipal. “Não é o caso de esperar providência de governo algum. É usar o bom senso e se isolar. Parar de ir à rua, parar de entrar em loja, parar de almoçar em restaurante”, pediu. 

    Preocupado, ele lembrou que a situação atual “é extremamente mais grave do que a de maio e junho”, quando houve preocupação com o aumento no número de casos de covid-19. “O fato é que, infelizmente, é muito mais comum que o óbito do paciente chegue mais rápido do que a abertura de uma vaga para internação. Nenhum paciente que precise terá vaga para internação hoje”, lamentou. 

    Para ele,  a cidade de Petrópolis deveria estar em lockdown. “Quanto antes isso acontecer, mais vidas serão salvas. A saída é a conscientização individual. Não precisa esperar o órgão público decretar o ‘fechamento’, faça você mesmo. Não saia de casa. Isso só não vale para quem trabalha em atividades essenciais, como os próprios hospitais, onde as pessoas são obrigadas a se expor aos riscos para salvar outras vidas”, disse, frisando que o problema é enorme. “Estamos em colapso. Façamos todos a nossa parte”. 

    Apelo também da direção do Hospital Unimed

    A Unimed Petrópolis Petrópolis também anunciou que não tem leitos para internação nesta quinta-feira e anunciou medidas emergenciais, com a utilização do espaço do centro cirúrgico para ampliação temporária de sua capacidade. Segundo o presidente da Unimed Petrópolis, Rafael Gomes de Castro, nos últimos 13 dias houve aumento expressivo de casos. 

    “Como eu temia e já vinha falando nos últimos dias aconteceu. O Hospital está colapsado neste momento, sem vagas para pacientes Covid ou geral. Estamos programando abrir leitos específicos para Covid em nosso centro cirúrgico. Essa é uma situação extremamente caótica. Espero que isso seja temporário”, disse. 

    De acordo com os dados divulgados pela Unimed, até o dia 4 de dezembro a Unimed Petrópolis havia registrado 989 pacientes com resultado positivo para o novo coronavírus. Agora já são 1.381 casos positivos. “Se a população não tinha tanta preocupação relacionada ao surgimento e evolução de casos, deve ter agora, pois não teremos estrutura física e de equipe. Por enquanto, ainda temos os insumos, mas a tendência dentro de um colapso é que falte. Isso nos frustra muito. Não há nesse momento mais qualquer autoridade instalada que seja capaz de controlar a pandemia. Existe uma única representação efetiva que pode fazer toda a diferença. Todo o poder emana do povo, como diz a constituição. E nesse momento, apenas os cidadãos, podem ajudar”, disse.

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