• Diretor sueco Ostlund divide a crítica com sátira sobre status social

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  • 24/05/2022 07:00
    Por Luiz Carlos Merten, especial para o Estadão / Estadão

    É oito ou 80. O sueco Ruben Ostlund tornou-se rapidamente talvez o autor mais polêmico do mundo. O 75º Festival de Cannes está rachado – metade dos jornalistas defende seu filme com o mesmo ardor com que a outra metade o detesta. Ostlund já ganhou a Palma de Ouro – por The Square – e concorre agora com The Triangle of Sadness. O triângulo da tristeza é esse vinco que na testa expõe o estado de ânimo das pessoas.

    Começa com a disputa – por dinheiro – de um casal de modelos, Carl e Yaya. É o primeiro capítulo. Depois vem O Cruzeiro e, finalmente, A Ilha. Apesar das disputas e ofensas do começo, Carl e Yaya embarcam no cruzeiro marítimo. Tudo de graça. É a vantagem de serem jovens, belos, celebridades. O navio vai a pique numa tempestade, os sobreviventes reencontram-se na ilha, onde uma funcionária da limpeza assume o poder. Na adversidade, é a única que sabe pescar, acender o fogo. Seu poder é total, ela inclusive ‘rouba’ o namorado da bela modelo.

    Sua sátira ao status social e ao culto das celebridades subverte o mundo da moda com a mesma virulência com que investe contra o capitalista que fez fortuna vendendo armamentos. No mundo em guerra, é a certeza de ganhar dinheiro. A garotada da crítica morre de rir com as piadas sobre Marx e Lenin. O problema é que ele atua no limite. Para criticar o estado do mundo, concede ao público tudo aquilo que parece estar criticando. É um cínico.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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