Diretor reforça que BC tem capacidade robusta de intervenção com uso de reservas
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, admitiu nesta sexta-feira que pode haver uma “dinâmica perversa” no câmbio, mas reforçou o BC tem uma “capacidade robusta” de intervenção no mercado com o uso das reservas internacionais. “Assim temos feito desde a pandemia, com a venda e algo como US$ 75 bilhões pelo BC. Estivemos bastante presentes no mercado no ano passado inteiro e até março deste ano, mantendo o câmbio sempre funcional, sem entrar em uma dinâmica dessa”, afirmou, em videoconferência organizada pela Upon Global.
Serra lembrou que o BC segue intervindo no mercado e destacou que o BC já vendeu R$ 3,5 bilhões desde o fim de setembro.
“Foi um período com uma grande saída concentrada. O mercado claramente teve dificuldades em digerir esse risco cambial e o BC voltou a estar presente. É sempre melhor quando o mercado funciona sozinho, mas os volumes vendidos pelo BC nos últimos dias mostram que estamos atentos. É função do BC prezar pelo bom funcionamento do mercado de câmbio, e assim estamos fazendo”, completou o diretor do BC.
Nível equilibrado
O diretor de Política Monetária do Banco Central avaliou também que o nível das reservas internacionais brasileiras é equilibrado, citando as métricas sugeridas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). No dia 13 de outubro, as reservas estavam em US$ 368,991 bilhões.
“Não acho que essa discussão sobre nível de reservas agrega muito, mas sob qualquer comparação internacional em termos de PIB, as reservas brasileiras estão em níveis semelhantes aos nossos pares. Não há nada gritante muito maior ou muito menor”, afirmou Serra.
Serra admitiu, porém, que no longo prazo possivelmente algumas dessas métricas devem mudar na medida em que o passivo externo se altere. “Algumas dessas métricas poderão indicar uma menor necessidade de reservas, mas isso vai demorar. Vai demorar a fazer diferença”, completou.