• Direita se Une para garantir vitória de Bruno Engler em Belo Horizonte

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  • 24/out 21:21
    Por Rayanderson Guerra e Pedro Augusto Figueiredo / Estadão

    Atrás nas pesquisas de intenção de voto na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte, o candidato do PL na capital mineira, deputado estadual Bruno Engler, recebeu e vai explorar o apoio das principais lideranças da direita em nível nacional e estadual e de candidaturas adversárias derrotadas no primeiro turno das eleições municipais. O bolsonarista tenta superar o favoritismo do atual prefeito Fuad Noman (PSD), que lidera o segundo turno da corrida eleitoral.

    Engler faz parte do grupo mais próximo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no Estado, ao lado do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). O deputado estadual mineiro construiu carreira política ao se associar a Bolsonaro, estratégia replicada durante a campanha municipal.

    Bolsonaro declarou apoio público ao candidato do PL e se empenha pessoalmente na eleição do correligionário. O ex-presidente desembarcou em Belo Horizonte na manhã de sábado, 19, para participar de uma motocarreata, em ato de campanha de Engler pelo segundo turno.

    Antes do ato, Bolsonaro se reuniu em um almoço com Engler, Nikolas Ferreira, outros deputados federais e estaduais bolsonaristas e com o vereador eleito na capital paulista Lucas Pavanato (PL), o candidato mais votado em São Paulo.

    E veio também de São Paulo o apoio de peso mais recente da direita à candidatura de Engler. O governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou estar ao lado do deputado em vídeo publicado nas redes sociais do candidato nesta terça-feira, 22. O governador disse que vai “compartilhar experiências” com Engler para ajudá-lo no eventual comando do Executivo municipal.

    Segundo Tarcísio, Belo Horizonte precisa de renovação e “sangue novo”. O governador ainda se colocou como fiador de Engler, garantindo que candidato do PL tem políticas públicas de qualidade para a capital mineira.

    O Republicanos, partido de Tarcísio, teve candidato em Belo Horizonte, Mauro Tramonte. Terceiro colocado no primeiro turno, Tramonte optou pela neutralidade na segunda etapa das eleições, mas o diretório do partido divulgou apoio ao ex-adversário. O presidente da sigla em Minas, Euclydes Pettersen, se encontrou com lideranças do PL, nesta terça-feira, para bater o martelo sobre o anúncio oficial.

    “O Republicanos Minas confirma, nesta terça-feira (22/8), por meio do seu presidente, deputado federal Euclydes Pettersen, o apoio ao candidato à Prefeitura de Belo Horizonte Bruno Engler (PL) no segundo turno. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também declarou apoio ao liberal na disputa na capital mineira. De acordo com Euclydes, o acordo foi acertado pelo diretório estadual do Republicanos, com participação também do diretório nacional. A legenda entrará na campanha de Engler por meio do empenho de aliados, vereadores eleitos e correligionários”, diz o diretório estadual do partido em nota.

    Zema declara apoio a Engler

    O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também declarou apoio ao candidato a prefeito de Belo Horizonte e deputado estadual Bruno Engler (PL). O anúncio foi realizado na quinta-feira, 17, durante uma agenda do chefe do Executivo mineiro em Sete Lagoas (MG).

    Segundo o governador, o apoio ao candidato do PL ocorre por Engler ter uma proposta “mais semelhante” à dele. “Apoio político é algo que você sempre tem de fazer com muito critério para ter um alinhamento”, disse Zema.

    As principais pesquisas eleitorais em Belo Horizonte apontam uma pequena vantagem para Noman ante Engler, que pode chegar até a um empate técnico no segundo turno das eleições 2024 na cidade. Esse é o cenário que apontam os levantamentos do Datafolha, da Quaest e do Paraná Pesquisas feitas na capital mineira e divulgados pouco após o resultado da primeira rodada de votação.

    Engler terminou o primeiro turno na frente de Fuad Noman. O candidato do PL recebeu 435.853 votos, o que representa 34,38% dos votos válidos. Já Noman conquistou 336.442 dos votos – 26,54% dos votos válidos da cidade.

    O cientista político Adriano Cerqueira, professor do Ibmec e da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), explica que cerca de um terço do eleitorado em Belo Horizonte é mais conservador e apoia candidatos como o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. Essa parcela da população garantiu a Engler a vaga no segundo turno, enquanto Fuad se tornou uma opção capaz de derrotar o candidato do PL na reta final da campanha.

    “Bruno Engler é muito ligado a Bolsonaro e associado ao conservadorismo em Belo Horizonte. Bolsonaro tem um eleitorado tem um eleitorado importante em Belo Horizonte. Pelo menos um terço. Ao mesmo tempo, gera uma rejeição. Em uma eleição polarizada, dá chance para quem chega contra ele no segundo turno. A medida que o eleitorado foi conhecendo melhor os candidatos, eles perceberam que o candidato do Bolsonaro não era o Mauro Tramonte, que estava na frente das pesquisas, e que o atual prefeito estava na disputa. Isso impulsionou os dois candidatos a chegarem ao segundo turno”, explicou.

    Segundo Cerqueira, no segundo turno, Engler acumula uma taxa maior de rejeição, o que freia o crescimento do candidato do PL. Apesar disso, de acordo com o cientista político, as pesquisas indicam uma margem de vantagem de Fuad pequena, o que deixa a disputa em aberto.

    “Outro ponto importante é a abstenção, com votos brancos e nulos, em Belo Horizonte. Algo em torno de 31%. Na última eleição normal, desconsiderando 2020 por conta da covid, a taxa de abstenção no segundo turno, em 2016, foi de 38%. Acredito que a abstenção deve aumentar no segundo turno, o que diminui os eleitores que vão votar no Bruno ou no Fuad. Isso dá uma chance ao candidato do PL”, diz.

    Com 27 anos de idade, Bruno Engler disputa a prefeitura de Belo Horizonte pela segunda vez. Ele ficou na segunda colocação em 2020, com 10% dos votos, em uma campanha baseada no apoio de Bolsonaro e na defesa da gestão dele na pandemia de covid-19.

    Quatro anos depois, o deputado estadual se apresenta novamente como o candidato do ex-presidente, que venceu na capital mineira nas eleições presidenciais de 2018 e de 2022, mas ampliou o discurso buscando apresentar propostas concretas para a cidade.

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