• Dia Nacional de Combate ao Fumo: postos oferecem tratamento contra o vício

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  • 29/08/2017 13:30

    Hoje (29) é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, a data tem o objetivo de reforçar a conscientização e mobilização da população sobre os riscos do uso do tabaco. O tabagismo é a principal causa de morte evitável no planeta, de acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS, é considerado um problema de saúde pública. Mas no Brasil, temos uma boa notícia: o número de fumantes vem caindo, de 2006 à 2015, tivemos uma redução de 33,7%, de acordo com os dados da Vigilância para fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (Vigitel).

    No comparativo feito pela Vigitel, mostra que no ano de 2006, quando o país aderiu à Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) da OMS, tínhamos 15,7% de fumantes na população acima de 18 anos. Em 2015, esse número baixou para um total de 10,4% de fumantes. Estima-se que sejam 200 mil óbitos a cada ano em decorrência do tabagismo. 

    O cigarro é o mais potente cancerígeno, e se engana quem pensa que o tabagismo causa câncer apenas no pulmão ou nas vias respiratórias. A médica oncologista clínica Carla Ismael, que faz parte do corpo clínico do Centro de Terapia Oncológica – CTO, explica que os consequências podem aparecer por todo o corpo. Como a fumaça é metabolizada por todo o corpo, o paciente pode ter câncer em qualquer parte do corpo, inclusive os fumantes passivos. “Quem não fuma, também aspira a fumaça, em menor quantidade, mas aspira. Por isso, para os fumantes passivos, quanto maior a exposição, maior é o risco. Tenho pacientes que sofrem de enfisema pulmonar, e não são fumantes”, alertou.

    “O cigarro é altamente dependente, causa um vício pior ou igual à cocaína. É um mal que precisa ser combatido. No Brasil nós temos politicas boas de combate ao fumo, mas que ainda não são suficientes. Precisamos trabalhar mais. Os maiores fumantes são jovens e adolescentes, e quanto mais jovem começam a fumar, mais difícil é para combater o vício”, disse a concologista.


    O paciente sofre com a dependência física e psicológica 

    Muitas pessoas até pensam em parar de fumar, mas além da dependência física, esses pacientes sofrem com a dependência psicológica. Antigamente o cigarro era visto como algo estiloso, e que dava um charme as pessoas, mas felizmente esta visão está mudando. A psicóloga do CTO Cristina Volker, explica que o vício é condicionado ao comportamento do paciente. “A dependência é condicionada a alguns comportamentos, como por exemplo, se a pessoa está feliz, fuma, se está triste, fuma. O paciente cria algumas associações. Por isso é importante descobrir quais são esses comportamentos e tentar ajudar a pessoa a mudá-los”, explicou.

    Alguns pacientes precisam fazer além do acompanhamento psicológico, um acompanhamento médico. Com medicamentos que o auxiliem durante a abstinência física. “O paciente quandod eixa de fumar também sofre com a abstinência psicológica, fica vulnerável, se sente inseguro. Porque o cigarro funciona como uma bengala, e existe um tempo, se o paciente consegue se segurar por um intervalo de tempo, ele consegue resistir ao cigarro”, disse a psicóloga. 

    O mais importante para quem deseja parar de fumar é contar com o apoio de pessoas próximas. 

    Uma dica importante é tentar substituir o cigarro por atividades que lhe proporcionem prazer. “Uma dica que sempre dou a meus pacientes é para que eles analisem o que lhes proporciona prazer, e inserir essas atividades no seu dia a dia. Se a pessoa gosta de sentar na praça ao ar livre, realizar uma atividade física, deve fazê-la. As pessoas devem buscar atividades que não dependam de outras pessoas, e não dependam de dinheiro”, aconselhou a psicóloga. 


    O SUS oferece tratamento para quem deseja parar de fumar

    A Secretaria de Saúde oferece tratamento para quem deseja para de fumar, com reuniões de apoio, medicamentos e orientações totalmente gratuitas à população. Atualmente, o município possui 27 unidades de saúde que oferecem o tratamento. 

    Em 2016, foram tratados 341 pacientes, deles aproximadamente 60% pararam de fumar na quarta sessão. No primeiro quadrimestre de 2017, foram tratados 203 fumantes, destes aproximadamente 51,8% pararam de fumar na quarta sessão. Hoje 113 pessoas estão em tratamento. 

    Hoje, as unidades básicas de saúde, postos de saúde da família e Centro de Saúde farão ações de conscientização junto à população nas salas de espera das unidades com mini-palestras e distribuição de panfletos de conscientização alertando sobre os malefícios do cigarro e divulgando os grupos antitabagismo. 


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