Dia do Autor: sonho de ter um livro publicado seduz escritores petropolitanos
Por meio de suas obras, fictícias ou não, escritores do Brasil e no mundo nos emocionam, instigam e nos levam à reflexões. Em sua homenagem, hoje é comemorado o Dia Nacional do Escritor, data que ressalta a importância daqueles que se dedicam às palavras escritas. Em Petrópolis, autores com histórias engavetadas, em produção e até publicadas, sonham diariamente em ter seus próprios livros na estante. É o caso da autora, Catarina Maul e dos estudantes, Rebeca Rosemback e Guilherme Hank.
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Catarina Maul, que já tem sete livros publicados conta que começou a escrever aos nove anos, e desde então nunca parou. “Eu fui muito incentivada pela escola, eu descobri a poesia meio que sem entender o que de fato ela era. Participei de concursos de poesias e fui levada pelos meus professores a participar de alguns até fora da escola. Depois que me tornei professora, formei uma academia de poesia em uma escola, onde trabalhava a escrita com os alunos, aí resolvi sair para trabalhar em outras escolas municipais da cidade com o mesmo projeto”, relata Catarina.
A autora Catarina Maul. Foto: Divulgação.
Com três livros de poesia e quatro infanto-juvenis publicados, Catarina se prepara para lançar o seu primeiro de crônicas, “O Reino dos Livros Esquecidos”, na XIX Bienal Internacional Livro, em setembro. Ela que está a frente da Bem Cultural Editora, conta que apesar de ver muitas pessoas reclamando do mercado editoral, dos preços altos dos livros e até do investimento necessário para a publicação, ela vê que cada vez mais as editoras estão produzindo.
“Chega a ser contraditório, mas eu acho que o livro nunca vai perder o seu lugar, nós temos leitores para todos os tipos, e muita gente que ainda gosta do contato com o papel, de poder marcar as frases e ver a capa. Mesmo com essa realidade, de o livro ser um objeto caro, tem muitos autores por ai com o sonho de publicar o seu livro”, disse ela.
É o caso dos estudantes, Rebeca Rosemback, 16 anos e Guilherme Hanck, 19 anos, do CIEP Cecília Meirles, em Corrêas, que escrevem juntos um livro de poemas, o “Nada Além de Nós”.
“Começou com a ideia de apresentarmos juntos, um poema no show de talentos da escola desse ano, acabamos desistindo, mas continuamos com a ideia de escrever as poesias”, conta Rebeca que escreve suas histórias desde os oito anos.
Guilherme iniciou sua viagem nas palavras aos 14 anos e com o apoio de professores, junto da namorada se dedica a escrita. “Cada poema tem uma história. Escrever é uma forma de nos sentirmos livres, mesmo que nunca mostre a ninguém. E quando mostramos e a pessoa se reconhece naquelas palavras, não tem nada que pague pelo que sentimos”, disse Guilherme.
“É, escrever é uma forma de desabafo pra gente, é uma forma de expressar nossa visão de mundo, de pensamento e do que a gente sente. Quando eu entrei para o período integral, eu mostrei um poema para o professor de português, que começou a perguntar sobre ele e a falar com outros professores e a partir dai eu fui perdendo a vergonha de mostrar para as outras pessoas”, conta Rebeca que junto de Guilherme planeja um Clube da Arte na escola, com poesia, dança, teatro e música, para incentivar outros alunos.
Mesmo com o sonho que pode custar caro, já que muitos autores precisam bancar os custos da produção e esperar que consigam um retorno com as vendas, Catarina aconselha: “Não devemos nunca deixar as nossas histórias e sonhos engavetados”.