
Dia das Mães: delegada Juliana Ziehe fala sobre os desafios de conciliar maternidade e carreira
Flores, família reunida e lembranças mais que especiais são tradições das comemorações do Dia das Mães, celebrado neste domingo (11). A data é uma oportunidade de reforçar a força e a doçura de ser mãe que cada mulher carrega, conciliando responsabilidades profissionais com o amor incondicional e a dedicação aos seus filhos, em um equilíbrio constante e inspirador, que tem no ator de cuidar, a sua maior missão.
Com mais de 10 anos de carreira e mãe de dois meninos, de oito e dois anos de idade, a delegada de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Juliana Ziehe, conta como concilia a rotina entre a maternidade e o trabalho.
“Não é fácil conciliar a maternidade com a profissão. Certamente esse é um dos principais desafios de toda mãe que trabalha fora, independente da profissão. Tento reservar sempre um tempo exclusivo para os meninos, ainda que mais enxuto durante a semana, por conta da carga horária do trabalho. Mas aos finais de semana, sempre temos nossos dias em família”, conta Juliana.


Fotos: Arquivo Pessoal
Juliana lembra que por muitas vezes se sentiu frustrada por não encontrar o equilíbrio entre a maternidade e o trabalho, e reforça que seu marido sempre a apoiou entre a conciliação de trabalho e os momentos em família. “Sempre que não pude estar presente no seio do lar, meu marido estava com nossos filhos. Isso sempre me deixou tranquila, e não conseguiria conciliar a profissão com a maternidade sem ele. O suporte familiar é o diferencial”, reforça.
Desafios da maternidade
Para Juliana, o maior desafio da maternidade está na criação dos filhos, para que sempre se mantenham no caminho correto e para que estejam preparados para passar pelas adversidades da vida.
“O maior desafio da maternidade é criarmos nossos filhos para serem pessoas de bem, especialmente em um mundo que padece de tantas doenças de caráter e falta de empatia. O maior desafio é criarmos nossos filhos para a vida, com valores robustos, para que carreguem esses valores desde a primeira infância até a maturidade, para que eles estejam preparados para passar pelas adversidades da vida quando já não estivermos ao lado deles. Pela maternidade e educação familiar, vamos semeando princípios morais no coração dos nossos filhos, desde pequenos, para que sejam colhidos no futuro”.
Apesar dos desafios, ela reforça que as maiores recompensas da maternidade são frases como: “mamãe, eu te amo, você é meu amor!”.
“A maior recompensa é receber o abraço mais apertado do mundo, da forma mais despretensiosa. [A] maternidade é RESSIGNIFICAR, pois desde o momento em que nos tornamos mãe, mudamos nossas perspectivas da vida, nossas prioridades, o modo de enxergar a vida. [A] maternidade representa amor incondicional e doação”.


Fotos: Arquivo Pessoal
Influência da maternidade na profissão
Juliana também conta no que a maternidade mudou em seu modo de atuar na profissão. Atualmente, ela trabalha como delegada adjunta da 110ª DP (Teresópolis), atuando em crimes sexuais e de violência doméstica. Por conta disso, reforça que dentro de um crime existe a mãe de uma vítima e, por outro lado, também existe a mãe dos agressores.
“Por trás da prática de um crime, sempre existem duas mães: a mãe da vítima que sofre com a violência praticada contra sua filha; e a mãe do agressor, que sofre com a decepção da conduta do filho, além do preconceito da sociedade que, por vezes, acha que toda a família do agressor compactua com a prática do delito. Na maioria dos casos que pego, as mães são mulheres extremamente trabalhadoras e sofrem com a atitude dos seus filhos. Por isso, em todo o caso que eu pego na delegacia, trato com profundo respeito essas duas mães, cada qual com o seu sofrimento. E foi a maternidade que despertou esse olhar no meu trabalho”, explica.
Carreira
Juliana ingressou na carreira de delegada por se inspirar em seu pai, o também delegado, Alexandre Ziehe. Além de ser sua inspiração para seguir na carreira, ele também foi um dos seus maiores incentivadores. Ela explica como se sentiria, caso um de seus filhos também escolhesse seguir seus passos na profissão.
“Acho que o mais importante é respeitar a escolha deles. Tento sempre incentivar o conhecimento nas mais diversas áreas, mostrar os prós e os contras, para que eles possam escolher a profissão que eles tenham maior afinidade”, finalizou Juliana.
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