Doença atinge quase 200 mil pessoas por ano, segundo dados do INCA
Com a chegada do verão, surge também a necessidade de reforçar os cuidados com a pele a fim de evitar doenças. Por isso, desde 2014, a Sociedade Brasileira de Dermatologia criou a campanha do Dezembro Laranja para alertar sobre o câncer de pele e os riscos da exposição excessiva ao sol.
Diferente do que muitos pensam, o câncer de pele não está somente relacionado ao verão. Na estação, os cuidados devem ser redobrados por uma exposição solar maior. Contudo, em um país como o Brasil, onde as altas temperaturas são constantes, a prevenção deve ser feita o ano todo.
A médica dermatologista do Hospital Santa Teresa, Caroline Cardoso, explicou que os primeiros sintomas podem começar com uma pinta, que depois de algum tempo pode vir a crescer, sangrar ou coçar. Além disso, a enfermidade também pode se manifestar na forma de uma ferida que não cicatriza. Caroline também falou um pouco sobre como alguns gestos simples podem evitar a doença.
“Deve-se evitar a exposição solar entre às 10h e 16h, usando protetor solar e barreiras físicas, como chapéus, bonés e roupas. Além disso, é muito importante evitar as queimaduras solares, principalmente durante a infância e adolescência e não utilizar as cabines de bronzeamento, que inclusive são proibidas no nosso país”, recomendou.
Existem diferentes tipos de câncer de pele. Os mais comuns são: o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular. O basocelular é o tipo de câncer mais comum e, também, o menos agressivo. Neste, as células se multiplicam de forma desordenada, dando origem ao tumor. Já o espinocelular atinge as camadas mais superficiais da epiderme e, em geral, áreas do corpo expostas ao sol, como rosto, orelhas, pescoço, lábios e dorso das mãos.
O câncer de pele pode ser hereditário, principalmente o melanoma. A dermatologista alerta que a doença pode aparecer em qualquer idade e em pessoas de ambos os sexos. Contudo, algumas pessoas têm características genéticas que aumentam o risco do câncer de pele.
“Pessoas de pele, cabelos e olhos claros que ficam vermelhas quando expostas ao sol, correm mais risco. Todos devem ter cuidados, mas estas, em específico, devem redobrá-lo”, explicou a médica.
Sobre a detecção e tratamentos para a enfermidade, a dermatologista explica que em caso de dúvida sobre alterações nas pintas, é importante buscar um especialista de imediato, pois, quanto mais rápida for diagnosticada a doença, menos agressivo ao organismo é o tratamento.
“Para o diagnóstico inicial, devemos realizar uma biópsia. Dependendo do tipo de câncer da pele e gravidade da lesão, fazemos cirurgia ou tratamentos sistêmicos”, completou a dermatologista, ressaltando que uma simples queimadura pode evoluir e se tornar um câncer, principalmente se a lesão se tornar uma úlcera crônica e demorar para cicatrizar. Além disso, ela relembra que as crianças e adolescentes que tiveram queimaduras solares, tem maior risco de desenvolver câncer da pele na idade adulta.