• Dezembro Laranja: câncer de pele traz preocupação a mais para o verão dos brasileiros

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  • Com a chegada do verão, dermatologista do Hospital Santa Teresa alerta para os fatores de risco e prevenção da doença

    25/12/2023 08:50
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis

    Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no Brasil. Estima-se que, por ano, sejam descobertos mais de 180 mil novos casos.  Pensando nisso, foi criada a campanha Dezembro Laranja que visa conscientizar a população sobre os riscos do câncer de pele.

    A dermatologista do Hospital Santa Teresa, Dra. Maria Gabriela Belerique, conta que a doença se torna mais perigosa por não apresentar sintomas em sua fase inicial e ressalta os principais fatores de risco para a doença.

    “Existem dois fatores de risco principais. O primeiro deles é o volume da exposição solar, que conta desde a exposição solar na infância até a vida adulta. O histórico de ter queimaduras solares e bolhas contribui para aumentar o risco do aparecimento de um câncer de pele. Então, tanto as exposições curtas que levam à queimadura quanto as exposições crônicas da infância até a idade adulta contribuem para o câncer de pele. O segundo fator seria a genética e junto dela está o tipo de pele. Pessoas de pele muito clara e olhos claros têm uma tendência maior a ter esse tipo de lesão”, conta a especialista.

    Além disso, a médica lembra que pessoas com tatuagem devem redobrar a atenção. Ela explica que o perigo não é a forma ou local onde é feita e sim a dificuldade para um diagnóstico, pois a pigmentação pode esconder alguma lesão que o paciente já tenha ou que seja nova. Dessa forma, fica complicado do dermatologista e da própria pessoa perceber a evolução daquela lesão e começar um tratamento com a doença ainda em estágio inicial.

    Se o paciente já tem um histórico pessoal ou de parentes de primeiro grau com o câncer, o tratamento dermatológico deve ser frequente. A pessoa deve procurar um dermatologista para fazer acompanhamento, pelo menos 1 ou 2 vezes ao ano. Fora esse acompanhamento padrão, qualquer nova ferida que apareça tipo um machucado que não está cicatrizando, uma pinta que vem crescendo de tamanho ou mudando a forma ou qualquer lesão nova que tenha um sintoma, seja coceira ou saindo sangue, são fatores de alerta para procurar o quanto antes uma ajuda médica e identificar problemas de forma precoce.

    Para prevenir a doença, a dermatologista recomenda o uso de protetor solar, roupas e tendas de proteção, óculos escuros e chapéu para exposição ao sol. Além disso, deve-se evitar o banho de sol entre 10h e 14h.

    “Recomendo um protetor de fator 30 para o dia a dia, levando em conta que a pessoa usa a quantidade adequada de protetor solar e faz as reaplicações que são necessárias. Não é suficiente passar apenas uma vez ao dia e, muitas vezes, observamos que a pessoa utiliza uma quantidade menor do que a recomendada. O correto seria usar uma fileira, pelo menos, nos três primeiros dedos da mão. Para a exposição solar direta, recomenda-se um fator de 50 ou 60. Esse FPS é o que mede a proteção aos raios solares UVB que são os que estão mais relacionados com o câncer de pele. Além disso, é também legal observar na embalagem a fotoproteção ao UVA que seria o PPD, uma proteção maior dos raios solares que implicados no envelhecimento da pele. Por isso, a importância de comprar um bom protetor”, aconselha Dr. Maria Gabriela.

    Existem vários tipos de câncer de pele e a evolução dele pode acontecer em dias ou anos, depende do organismo de cada pessoa.  Para a maioria dos cânceres de pele, o tratamento é cirúrgico:, você passa por uma consulta, se identificada uma lesão com potencial de câncer de pele, ela é retirada e enviada para o laboratório de patologia para que possa ser feito o laudo final se é um câncer de pele e qual o tipo. Com esse laudo nas mãos, é avaliada a necessidade de um segundo procedimento cirúrgico ou se o paciente já está liberado.

    Sobre as consequências, a especialista ressalta que as lesões, em alguns casos, podem ser grandes e com isso deixar cicatrizes e deformações na pele do paciente. Além disso, em casos mais graves, outros subtipos de câncer de pele podem evoluir com metástases para outros órgãos e levar ao óbito do paciente. Por isso, é importante sempre realizar um acompanhamento periódico com um médico de sua confiança.

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