Deve o paciente alérgico continuar o tratamento para alergia durante a pandemia de coronavírus?
As informações médicas sobre o Coronavírus e suas implicações não param de chegar aos noticiários. Com o rápido avanço do Covid-19, instituições científicas aceleram seus estudos sobre o vírus que já contaminou 170 mil pessoas em todo o mundo e matou 6652 pessoas em menos de 3 meses. Grande parte do grupo que evoluiu para casos mais graves têm algum histórico de doença crônica, como hipertensão, diabete ou respiratória. O médico Marcello Bossois ressalta que é muito importante que os pacientes que possuem algum tipo de alergia respiratória busquem medidas para prevenir a doença nesse momento. Marcello é também coordenador técnico do Projeto Brasil Sem Alergia que já atendeu mais de 400 mil pessoas com sintomas alérgicos desde a sua fundação O projeto disponibiliza um canal no YouTube com informações sobre o avanço da doença e as formas de prevenção de complicação do Coronavírus transmitidas diretamente pelo médico sobre o Covid-19 e tira dúvidas de pacientes que entram em contato através das redes sociais.
Ainda não existe um estudo científico que comprove maior suscetibilidade ao Covid-19 em alérgicos, mas pacientes que apresentam doenças como rinite, bronquite e asma, podem ter mais facilidade quando se trata da contaminação por vírus e bactérias causadores de gripes e resfriados, por exemplo. O médico explica que isso acontece em função do paciente alérgico produzir a chamada proteína de adesão.
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“O ambiente inflamado da mucosa do paciente que pode ser nariz, brônquios e garganta, produz a proteína de adesão que funciona como uma espécie de gancho para vírus e bactérias. O processo é o seguinte, o paciente respira o ar contaminado que ao passar pelas vias respiratórias coloca o vírus em contato com essas proteínas que são produzidas pelo organismo do alérgico e faz com que o vírus penetre mais facilmente dentro do organismo. Esse é o motivo pelo qual o paciente alérgico geralmente fica doente com uma certa constância”, elucida o responsável pelo Projeto Brasil Sem Alergia.
Portanto, em teoria o Coronavírus poderia também agir de forma semelhante. Marcello reforça que os estudos ainda estão sendo desenvolvidos para saber o comportamento do vírus nesse grupo especificamente, mas que algumas medidas com foco na prevenção podem e devem ser tomadas, a vacinação é uma delas. Ele destaca que é muito importante a vacina imunizante como medida preventiva nesse momento, principalmente se o paciente for idoso ou possuir hipertensão, diabete ou processos de imunodepressão, pois, a contaminação por outros tipos de vírus ou bactérias podem agravar o quadro de quem venha a desenvolver o Covid-19. Vacinas que protegem o organismo de doenças como influeza, H1N1 ou até mesmo pneumococos (que causa pneumonia), podem nesse momento amenizar e até mesmo salvar vidas ao evitar complicações em função do Coronavírus.