• Detran pode atender no máximo 42,5% dos veículos de Petrópolis

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  • 18/04/2017 18:40

    A capacidade de atendimento do posto de vistoria do Detran de Petrópolis é insuficiente para suprir a demanda de veículos da cidade. De acordo com a coordenadoria regional de Petrópolis, mesmo com a ampliação do horário de funcionamento, em sua capacidade máxima de serviço, a unidade não consegue atender mais do que 225 veículos por dia, que corresponde em no máximo 69 mil por ano, numa cidade que tem mais de 162 mil veículos.

    Esse desfalque é a principal causa do problema que assola grande parte dos petropolitanos, que muitas vezes se veem na necessidade de recorrer a outras cidades para fazer a vistoria. “É um saco isso. Todo ano a mesma coisa. É muito difícil conseguir agendar. Eu fico tentando igual uma desesperada pela internet para não ter que pagar um despachante. É um transtorno para todos nós”, disse a auxiliar de escritório Maria Goretti. “A gente fica durante semanas tentando agendar. Aí quando consegue, vem pra cá e fica na fila por horas para ser atendido”, disse ela, que perdeu um dia de trabalho para conseguir licenciar seu carro. 

    O contador Vanir Silva também ficou na fila. Ele tentou durante 15 dias para marcar, e só agendou a vistoria por meio de um despachante. “Você sair de Petrópolis para gastar gasolina e pedágio com o intuito de fazer a vistoria em outra cidade sai muito mais caro. É melhor resolver aqui, apesar desse transtorno todo. Porque demora muito. Só consegue com despachante. Nunca tem vaga”, contou. 

    O carteiro José Carlos Kreischer ainda não conseguiu vaga. “Estou tentando há duas semanas mas mas não tem vaga para Petrópolis. Me recomendaram ir tentando durante o dia. E estou aqui, mas até agora nada. Tentei pela internet, tentei pelo telefone, e não consegui nada. O pior é que passo lá e não vejo fila. Não entendo isso”, desabafou. 

    De acordo com o subcoordenador do posto de vistoria do Alto da Serra, Anderson Sampaio, que assumiu a unidade no mês passado, as vagas são disponibilizadas pela central do Detran no Rio. “Nós daqui somos a parte operacional. Tudo é regulamentado pelo Detran lá de baixo.

    Reconhecemos essa dificuldade e lutamos para que o serviço seja cada vez melhor”, explicou. Ainda segundo Anderson, o efetivo da unidade é pequeno comparado à demanda. “Nós temos um número pequeno de funcionários se comparado à demanda que existe. Apesar de tudo que tem sido feito pelo Detran ainda tem muita fila”, completou.

    Há pouco mais de uma semana, o Detran-RJ apresentou, como possível solução para a redução das filas no postos, o ampliamento do horário de atendimento. Assim, a unidade que fechava 18h agora só fecha as portas às 22h. Mas mesmo assim a situação continua crítica. Na tarde de ontem a fila chegou na Avenida Coronel Albino Siqueira. Muitos dos motoristas aguardavam a chegada dos despachantes para iniciar a vistoria. “Às vezes tem gente parada ali fora, a gente chama para entrar e eles dizem que estão aguardando despachantes”, contou o subcoordenador.

    Atualmente, do total de vagas para vistoria, 30% são destinados à matrículas de despachantes e 70% aos proprietários de veículos. No entanto, muita gente prefere deixar por conta dos despachantes, conforme contou Anderson. “O despachante está fazendo o trabalho dele. Apesar de muitos criticarem, é a profissão deles. Agora, essa questão de deixar tudo por conta deles é cultural daqui da cidade. É uma cidade grande com cultura de cidade pequena”, completou. 

    A Tribuna questionou o Detran sobre a deficiência no número de atendimentos, perguntando sobre possíveis soluções para o problema. No entanto, até o fechamento dessa reportagem, nossa equipe não obteve resposta. 


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