Deteriorado, monumento da Praça da Águia continua sem previsão de restauro
Depois de duas licitações desertas, novo edital vai ser publicado para restauro do monumento, ainda sem uma data prevista
As obras de restauração do monumento da Praça Visconde de Mauá, conhecida como Praça da Águia, foram anunciadas em abril do ano passado, quando parte da estrutura caiu, danificando principalmente a parte superior da águia. Porém, desde então, pelo menos dois processos licitatórios foram abertos e todos fracassaram, pois nenhuma empresa demonstrou interesse em participar da concorrência, com valor máximo de R$ 96 mil. Agora, um novo edital ainda está sendo formulado pelo Instituto Municipal de Cultura (IMC), para mais uma tentativa de restaurar a estátua.
Questionado nesta semana pela Tribuna, o Instituto Municipal de Cultura (IMC) informou que vai fazer licitação para as obras de restauração do monumento e de recuperação do sistema hidráulico do chafariz, e que o “edital está em preparação”. Os prazos solicitados pela reportagem, por outro lado, não foram informados pelo município, assim como o novo valor previsto para a execução do serviço (caso tenha havido alteração nos valores).
As intervenções no local foram consideradas urgentes pelos executores do projeto que vai mapear o restauro. Mas 15 meses depois, o monumento ainda não recebeu nem mesmo reparo emergencial.
Dois pregões fracassados
A última intervenção no chafariz aconteceu em 2017, quando foi realizada a revisão da bomba hidráulica e na parte elétrica, além de limpeza e impermeabilização do monumento. Nos últimos cinco anos, fatores como as fortes chuvas, a falta de manutenção e o vandalismo, fizeram com que a estrutura se deteriorasse rapidamente, até que grande parte da serpente caiu, deixando o monumento ainda mais vulnerável, além de outras partes da estrutura visivelmente desgastadas.
Mesmo com o anúncio feito no mês de abril, o Instituto Municipal de Cultura só conseguiu aprovação do Iphan no dia 8 de novembro, sete meses depois, e no mês seguinte realizou o primeiro processo licitatório, no dia 6 de dezembro. O valor máximo a ser aceito pelo município é de R$ 96,6 mil e o prazo de conclusão da obra é de 120 dias corridos, ou seja, quatro meses.
A última concorrência pública previa a “contratação de empresa especializada para a realização do restauro”, incluindo a revisão completa de toda estrutura metálica e de argamassa da águia e da serpente; e intervenções nas estruturas elétricas e hidráulicas e também na parte de alvenaria, como na base de sustentação.
O monumento também deverá passar por nova impermeabilização e receberá melhorias no sistema de drenagem, além de pintura seguindo padrões aprovados pelo Iphan, órgão responsável pelo tombamento do monumento.
Porém, ninguém compareceu à licitação e, por isso, o então governo interino realizou uma nova concorrência, no dia 17 de dezembro, último dia da administração anterior. No entanto, nenhuma empresa compareceu novamente e, desde então, nada mais foi dito pela Prefeitura sobre a restauração.
O monumento foi idealizado em 1899 pelo artista Heitor Levy, que também criou o pedestal da estátua de D. Pedro II, na Praça Dom Pedro. Localizado em um dos principais pontos turísticos da cidade, de frente para o Museu Imperial e compondo a paisagem da Praça Visconde de Mauá e da Câmara Municipal, crianças e turistas circulam próximas ao monumento danificado, em especial quando são realizados eventos cervejeiros na Praça.