• Desvio de Foco

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 25/03/2020 00:01

    Lamentavelmente, a grave crise sanitária que assola o planeta – o CORONAVÍRUS – tem servido aos mais diversos propósitos, alguns deles absolutamente espúrios.  Alguns políticos se valem deles para se projetarem, charlatões de toda espécie anunciam curas e medicamentos infalíveis, pastores atribuem ao sinistro evento a autoria de satanás.  Teorias de conspiração querem incluir a CHINA como agente da contaminação, em troca de favores econômicos. Parte da imprensa desvia-se do foco, atacando mais seus adversários do que o maligno vírus.  Enquanto isso, milhares de terráqueos sucumbem ao sabor da velocidade da propagação.

    Felizmente, cientistas de todo o mundo debruçam-se, com risco da própria vida, na busca de melhora do sofrimento dos atingidos, como à procura de medicamentos eficazes e até de uma possível vacina. O povo colabora, na medida do possível, sob imensos sacrifícios, abstendo-se de diversões, viagens, dificuldades para trabalhar, para estudar e até sobreviver. 

    A hora é de união internacional.  A doença não escolhe regimes políticos, ataca democracias e ditaduras, pobres ou ricos, desenvolvidos ou ascendentes, democratas ou republicanos, crentes ou ateus, enfim, gregos e troianos, no dizer de antigo ditado. 

    A obediência às normas restritivas de livre circulação, de acesso às praias e a outros centros de lazer deve ser rigorosa.  Alguns países já alçaram ao nível do direito penal tais infrações.  O direito de ir e vir está sendo legitimamente suspenso.  Fronteiras têm que ser fechadas, resguardadas as necessidades urgentes, inadiáveis e de abastecimento.  Os tribunais operam em regime de prevenção, com julgamentos virtuais e outras coibições, sem que se esteja negando ao povo o lídimo direito de reclamar. Não há negativa de prestação jurisdicional.  No Brasil, sob imensas carências, a saúde pública está atenta e é de se louvar a atividade dos facultativos, dos auxiliares e dos demais servidores da área.  O mesmo se diga em relação à segurança, que deve ser mantida, ainda que com a exposição de seus agentes aos riscos de contaminação. 

    Diante de tal clima, irresponsável a atitude de uma grande rede de rádio e televisão.  Em seus últimos noticiários, procurou ressaltar apenas equívocos de conduta do Presidente e colocou, como foco principal de seus noticiários, supostos “panelaços”, não se sabe se por ela mesmo incentivados, deixando de lado as medidas concretas já adotadas, como a declaração de calamidade nacional, para o fim de permitir melhor uso dos recursos públicos, o incremento de programas sociais e a liberação de saques nos fundos sociais e antecipação de rendimentos. As emissoras e as programações de tal grupo da imprensa desviaram-se do óbvio em proveito de seus inconfessáveis desígnios políticos, infringindo o dever supremo de informar e trocando-o pela própria versão desvirtuada dos acontecimentos.  Trata-se de inominável DESVIO DE FOCO, que deve ser repudiado pela população e até corrigido pelas autoridades.  O inimigo atual é o CORONAVÍRUS e não a fobia que eventualmente se dedica a alguns líderes políticos e a seus adeptos. 

    Últimas