• Desrespeito a decretos municipais prejudica retorno das atividades

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  • 30/05/2020 10:50

    No dia 13 de março, a Prefeitura publicou os primeiros decretos municipais de restrições das atividades e recomendou que as pessoas ficassem em casa para evitar a disseminação do Covid-19. Hoje, há quase 80 dias do início do confinamento, as ruas do Centro e em alguns bairros da cidade, o cenário é de vias lotadas e estabelecimentos abertas desrespeitando os decretos do governo municipal.

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    “O sentimento com essa situação toda é de revolta. Ando pelo Centro e vejo lojas funcionamento em meia porta sem serem multados ou incomodados. Vou nos bairros e a situação é ainda pior, porque funcionam de porta aberta mesmo. Isso tudo é incoerente, o que vale para uns não vale para os outros. Enquanto isso o tempo vai passando e não temos ideia de quando vamos poder abrir as portas”, lamentou a empresária Soraya Noel. 

    A Tribuna recebe diariamente denúncias de estabelecimentos que estão funcionando, de ônibus lotados e também de aglomerações, principalmente nos bairros. “Nas primeiras semanas, o confinamento foi respeitando, mas com o passar do tempo a coisa mudou. Quando fechei a minha loja, no dia 23 de março, não achei que ficaríamos tanto tempo nesta situação. Achei que a Prefeitura começou cedo demais. Tinha um caso em março, agora temos 45 mortes e querem reabrir”, comentou a empresária.

    O dono de um restaurante no Shopping Santo Antônio, Carlos Pereira, também se diz “revoltado” com o descumprimento dos decretos por parte de alguns comerciantes e do isolamento social pela população. “No meu bairro tem festas, encontros, lojas abertas, nada mudou. Enquanto isso estou há quase três meses com o meu comércio sem funcionar, tendo que cortar todos os custos para não fechar as portas. É revoltante”, disse o empresário.

    De acordo com o decreto municipal 1.103 só estão autorizados a funcionar os estabelecimentos como mercados, padarias açougues e peixarias, farmácias, lojas de materiais hospitalares e serviços de saúde, postos de combustíveis, oficinas mecânicas e borracharias, distribuidoras de água e gás e lojas de ração e produtos veterinários. Também estão autorizadas a funcionar, pelo decreto 1.108 (26 de março), as lojas de material de construção. As demais lojas podem atuar em sistema de entregas, assim como restaurantes.

    Segundo dados da Prefeitura, divulgados na semana passada, 62 estabelecimentos foram intimados a fechar as portas por serem de atividades consideradas como não essenciais e outras 24 por terem causado aglomerações – 86 no total. Foram aplicadas 22 multadas a estabelecimentos abertos sem autorização e 24 para as que causaram aglomeração – 46 no total. Um restaurante em Itaipava também teve o alvará cassado por promover uma festa.

    “Acho que se tivesse feito um lockdown bem feito nos primeiros 15 dias poderíamos estar agora retornando com as atividades. Mas, depois de mais dois meses não temos nenhuma posição por parte da Prefeitura de quando poderemos retornar. As pessoas continuam nas ruas, parece que não acreditam, enquanto isso estamos aqui, sem poder reabrir os nossos comércios, sem ajuda do governo para pagar as contas e com risco de fechar”, lamentou Carlos.

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