Designer gráfico transforma pontos turísticos da cidade em cenários de filmes e conquista milhares de fãs
Se alguém procurar no dicionário a definição de criatividade, o que se encontra é “manifestação de uma inteligência ou talento, que servem para criar, inventar ou repensar qualquer área da vida”. Porém, limitar-se a uma mera classificação gramatical é pouco perto do que um pouco de sensibilidade pode fazer também. E foi exatamente com esse pensamento que o designer petropolitano Edson Custódio Junior, de 25 anos, atraiu tanto engajamento nas redes sociais: a partir de um conceito simples de manipulação de imagens, ele transforma diversos pontos turísticos de Petrópolis em cenários de grandes obras do cinema, por meio da imaginação e da tecnologia.
O Batmóvel chama atenção em frente à Catedral São Pedro de Alcântara.
Segundo Edson, a inspiração veio da paixão por filmes e séries. Ele conta que percebeu que a maioria das fotos de pontos turísticos de Petrópolis são todas “muito parecidas”, e que decidiu brincar com isso, já que desde pequeno é apaixonado por rabiscar e criar coisas. As montagens são feitas a partir de fotos que ele tira com o próprio celular enquanto passa pela cidade, e depois faz a manipulação das imagens em um programa no computador.
“As fotos dos pontos turísticos são lindas, é inegável, mas são todas iguais. Isso sempre me fazia pensar, porque na maioria das vezes nunca nem se sabia quem havia fotografado. Resolvi fazer algo novo e marcante onde eu pudesse mostrar para as pessoas daqui algo que elas nunca viram”, relata.
Na maioria das vezes não há um tempo específico para a arte ficar pronta. Isso porque as fotos que Edson utiliza como base para criar os cenários são tiradas por ele mesmo. Junto a isso, tem também a complexidade que cada obra, em especial, demanda.
O Museu Imperial, quem diria, entrou para a história de Game of Thrones.
“Eu sempre prefiro usar minhas próprias fotos, porque dessa forma eu sei como as quero. Sou um tanto perfeccionista com relação a isso. Os elementos eu capturo de um banco de imagens na internet e vou adicionando à imagem. Aí até ir harmonizando e deixando do jeito que eu quero é um processo um pouco longo. A arte do ‘It – A coisa’, por exemplo, em que eu inseri o balão do filme na Casa dos Sete Erros (Casa da Ipiranga), ficou pronta em algumas horas. O balão é um elemento simples, e a arte na minha cabeça era somente para transmitir uma sensação, para remeter ao filme. Já o do dragão no Museu Imperial demandou bem mais tempo, porque tem muitos elementos complexos: fogo, as pedras quebrando, a textura do céu, etc. Não é fácil, mas eu faço porque gosto. Me expressar dessa forma é até libertador”, declarou Edson.
Inspirações – Edson conseguiu imaginar e criar diversos cenários inusitados e mágicos, com alguns dos principais ambientes de Petrópolis como pano de fundo: imagina se nevasse em Petrópolis? Ou se tivesse um aeroporto? Ou se o Mind Flayer (Devorador de Mentes) de “Stranger Things” resolvesse aterrorizar as pessoas na Rua 16 de Março? Ou ainda se o Drogon, um dos dragões de “Game Of Thrones”, pousasse enfurecido sobre o Museu Imperial? Toda a cultura dele serviu de inspiração. “Quando eu sou muito fã de determinada coisa, eu quero que todos saibam da minha paixão por isso. Essa foi a maneira que eu encontrei de me expressar”, comentou.
Todo o acervo produzido por Edson até agora está disponível na internet, e pode ser conferido através de suas redes sociais, tanto no Facebook quanto no Instagram. É possível também sugerir novos cenários para que ele produza através das redes e, segundo ele, as novas obras a serem disponibilizadas serão todas anunciadas através dos seus canais pessoais de comunicação.