• Desescalada das tarifas não vai ser ‘um passeio no parque’, afirma presidente do BC

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  • 28/abr 12:45
    Por Caroline Aragaki e Cícero Cotrim / Estadão

    O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse acreditar que existe um sentimento e um desejo de sentar da China e dos Estados Unidos para negociar tarifas, mas ponderou que a desescalada das tensões comerciais não tende a ser “um passeio no parque”. A análise, então, é de que a desescalada das medidas comerciais não será feita de maneira suave. Para ele, aliás, ainda haverá algum tipo de avanço nos bloqueios.

    As declarações foram feitas no J. Safra Macro Day 2025, em São Paulo, nesta segunda-feira, 28. A transmissão foi interrompida duas vezes: das 9h58 às 10h05 e das 10h20 às 10h27. Esses trechos da apresentação do presidente do BC só foram disponibilizados posteriormente.

    Galípolo mencionou que o sentimento da comunidade financeira internacional é de empoderar o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bassett, como um interlocutor privilegiado. Isto porque, na tese do presidente do BC, o mercado de títulos norte-americano ofereceu uma dinâmica que provocou um receio em Basset e foi ele quem conseguiu sensibilizar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para rever a política tarifária.

    O cenário atual, portanto, é de que os EUA estão tentando costurar alguns acordos. “Pelo que o próprio Scott Bassett falou hoje de manhã de novo, reafirmou, parece que esses acordos estão caminhando de maneira mais rápida na Ásia, com parceiros asiáticos”, disse o presidente do BC brasileiro, ponderando, contudo, que a China pode eventualmente elevar a tensão comercial.

    A fala de Galípolo no J. Safra Macro Day 2025 provavelmente foi a penúltima menção pública do presidente do BC a quaisquer assuntos de conjuntura econômica antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 6 e 7 de maio.

    O período de silêncio do colegiado começa na próxima quarta-feira, 30. Antes, Galípolo ainda deve participar da entrevista coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) na terça-feira, 29.

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