Desafios para Bomtempo se quiser se reeleger: casas, secretarias e ônibus

Se não estourar mais nenhuma crise, o governo Bomtempo tem três árduas missões se quiser se dar bem na próxima eleição: provar que as três novas secretarias criadas farão mesmo a diferença, dar uma reposta efetiva à habitação popular e resolver o caos no transporte. São três pontos cruciais que a população ou sofre na pele diariamente, no caso dos ônibus  e na habitação, ou não sente, na prática, melhoria em suas vidas com novas estruturas.

Empurrando pro judiciário

A prefeitura não toma uma medida enérgica no caso dos transportes. A gestão Bomtempo se vitimiza (mais uma vez) atribuindo a atentados terroristas os acontecimentos mais recentes e também o incêndio na garagem da PetroIta e Cascatinha. Esses atentados visariam atingir o governo. Tanto não tinha chance disso colar, que não colou. O usuário quer é solução: ônibus decente, no horário certo e seguro.  E agora a prefeitura empurra, sem cerimônia, uma decisão para o judiciário. 

Habitação já era

Já na habitação popular, o anúncio de 170 apartamentos na Estrada da Saudade não faz nem cócegas considerando 70.070 pessoas morando em área de risco. E mesmo que consiga agora projetos com o governo federal nem fica pronto para outubro. O jeito vai ser ‘bater’ nas obras de reconstrução, mas a população já entendeu que se os governos tivesse investido em prevenção, não precisava ter reconstrução.

Secretarias na berlinda

No caso das secretarias, os temas que elas vão se debruçar são essenciais para transformação da sociedade em um espaço mais seguro, justo e inclusivo. Porém, de agora até outubro, nas eleições, são apenas sete meses. Vai ser muito duro ter que, neste período, mostrar que elas não são apenas estruturas para 56 novos cargos comissionados, mas que estejam fazendo a diferença na vida das pessoas na prática.

Subiram no telhado

Falando nisso, a criação de três novas secretarias no finalzinho do ano passado, aprovadas a toque de caixa pelos vereadores, não caíram bem no gosto popular, o que já era de se esperar. Por conta disso, Bomtempo aguarda baixar a poeira e dar prosseguimento na instituição das pastas.  Ou não.

É o preço

O secretário Ramon Tik Tok Melo, hoje na Secretaria de Serviços, Segurança e Ordem Pública, não tem um minuto de paz. Já ressuscitaram de novo aquele vídeo de 2020, quando ele foi candidato a prefeito e quando, em um debate, ao lado de Bomtempo, disse que não tinha a campanha sendo patrocinada por empresários de ônibus.

Contagem

E Petrópolis está há 284 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

Consultoria

Como todo mundo sabe, o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, agora solto, virou consultor político e vem orientando agentes públicos nos rumos de suas carreiras. Eis que um pré-candidato a prefeito foi ter com ele. Levou pesquisas embaixo do braço e relatou sobre sua rejeição. Ouviu conselhos de Cabral, que entende como ninguém de política, mas saiu de lá meio desanimado e com o bolso mais vazio. 

Mudando de time

Um poço de mágoas com o prefeito Bomtempo de quem era amigo e trabalhou no governo como Controlador, Thiago Gibrail mudou de pouso. Agora faz parte da equipe de Yuri Moura na Alerj outro que trocou de mal com o prefeito.

Ainda não é recordista

Se for eleito este ano, Bomtempo, que está no quarto mandato e faz parte do seleto grupo de 10 prefeitos em cidades com mais de 200 mil habitantes com maior número de gestões – vai, pela quinta vez, governar a cidade. Mas, não é recordista no estado do Rio. O posto pertence a Neto, de Volta Redonda, que completou cinco e vai tentar o hexa. No Brasil, o recordista é Yves Ribeiro, prefeito por sete vezes –  duas vezes prefeito de Igarassu,   duas vezes prefeito de Itapissuma e três vezes prefeito de Paulista, último mandato iniciado em 2020.

Fim da reeleição

E pode acabar a chance de aumentar os mandatos de Bomtempo também. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou que mudanças nas regras das eleições são prioridades da Casa, entre eles a Proposta de Emenda Constitucional que acaba com o direito de reeleição para cargos do Executivo no país. Isso com outra mudança que é estender os mandatos por cinco anos. Taí a importância de escolher bem um vice que possa ‘revezar’ nas eleições. Se tudo for aprovado vai valer não para este ano, mas para a próxima eleição. Bomtempo ainda pode ser penta.  

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