Depressão é doença que requer ajuda
Setembro, mês de prevenção ao suicídio. Como já citei algumas vezes, tudo começa na depressão – que não é “frescura”. É doença séria e precisa de tratamento com psicoterapia, medicamentos ou não, ressocialização e atividade física que é sempre adjuvante. Por que? Os medicamentos mais usados agem nos neurotransmissores implicados nos transtornos mentais como a noropinefrina e a serotonina que são estimulados também no exercício físico.
A corrida libera muitos hormônios que dão essa sensação de bem estar como a dopamina, a irisina, a endorfina, entre outros relacionados à recompensa e o prazer. Além disso, sabe-se que também libera outro neurotransmissor (BDNF) chamado fator neurotrófico acumulado no hipocampo e córtex cerebral. Baixa concentração é um marcador importante em pessoas com doenças neurodegenerativas.
Que coisa boa no caso da corrida! Os intervalados de alta intensidade são os que dão os melhores resultados. É verdade! Depois de um treino puxado a gente sente mesmo como estivesse dopado. Sobre isso, Singh e colaboradores (2005) reuniram dois grupos de musculação, o primeiro para realizar exercícios a 80% da carga máxima e o segundo a 20%. O primeiro grupo, 61% reduziram em 50% os escores de depressão, enquanto no segundo grupo apenas 29% reduziram o mesmo escore. Quanto a frequência de treinamento Dunn e colaboradores (2005) concluiram que um treinamento 5 vezes por semana reduziu os escores em 47% contra 37% para quem treinava 3 vezes por semana.
Quanto à ressocialização não há dúvida que a corrida ou qualquer outro esporte age positivamente. Sobre a depressão fico hoje com Mário Sérgio Cortella. “Quando estiver no fundo do poço, a primeira coisa para sair dele é parar de cavar”.
**Literatura Sugerida: SINGH, N. A. et al. A Randomized Controlled Trial of High Versus Low Intensity Weight Training Versus General Practitioner Care for Clinical Depression in Older Adults (2005).