Demora no atendimento na UPA Centro gera fila e confusão
Já no início da manhã deste sábado(26) quem procurou a tenda instalada na UPA Centro enfrentou uma longa fila no pátio da unidade. Pacientes disseram a Tribuna que após 5 horas de espera, por volta de 12h, foram informados que o atendimento a novos pacientes seria paralisado porque haviam pacientes mais graves na frente. A informação causou revolta em quem estava aguardando do lado de fora. Outros pacientes disseram que não havia atendimento médico suficiente na UPA Centro e Itaipava nos dias 24 e 25 de dezembro. A Prefeitura nega a falta de médicos no quadro, nestes dois dias.
“As filas estão enormes, estou no oitavo dia com sintomas e vim tentar fazer algum tipo de exame para saber se tem alguma coisa no meu pulmão. A enfermeira e a médica já falaram na fila que não tem atendimento porque tem alguns casos gravíssimos lá dentro e quem tá aqui não tem previsão de ser atendido. O pessoal da fila esta relatando que nos dias 24 e 25 não teve médico. Tem gente muito grave aqui, tem uma senhora que veio de Secretário desde semana passada, e ninguém fala nada”, disse a professora Patrícia Araújo.
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No início da tarde, os pacientes que estavam na fila disseram que em um determinado momento a equipe médica fechou as portas da tenda para tentar uma solução. A professora Adriana Rangel que estava desde às 8h esperando o atendimento para o seu cunhado, gravou um vídeo que desabafa sobre a longa espera.
“Estou aqui na UPA Centro e agora os médicos fecharam as portas. Estamos aqui precisando de atendimento. Estou aqui com um paciente com 75% do pulmão tomado, e a médica teve a coragem de dizer que tem que ir pra casa. Então estou aqui pedindo providências das autoridades municipais, ninguém está aqui por que quer, por mero prazer. Queremos simplesmente a questão de um atendimento digno”, desabafou Adriana, no vídeo.
Nos dias 24 e 25 de dezembro, pacientes relataram que não havia atendimento médico suficiente na UPA Centro e UPA Itaipava. Em resposta a Tribuna, na noite do dia 25 de dezembro, a Prefeitura negou que o quadro médico das unidades estivesse incompleto. E informou que “desde julho de 2018, e sob a gestão do SEHAC, a unidade sempre primou pela responsabilidade na manutenção e presença de seus profissionais. Há nove meses os pontos de apoio já atenderam mais de 30 mil pacientes e as UPAS, mais de 200 mil pessoas”, respondeu em nota.
A prefeitura informou que as UPAS trabalham, neste sábado (26), com suas equipes médicas completas. De acordo com a prefeitura, as equipes médicas foram ampliadas nos locais de atendimento.
A Prefeitura afimar que, mesmo com todas as campanhas de conscientização no município, parte da população insiste em burlar as orientações das equipes técnicas de saúde, promovendo aglomerações e colaborando, de certa forma, com a disseminação da doença na cidade. Em nota, a prefeitura disse que “vale observar que a “superlotação” citada vem ocorrendo devido ao aumento significativo na procura pelos pontos de apoio nas últimas semanas, justamente pelo desrespeito às medidas criadas para proteger a saúde dos petropolitanos. Entre as ações ampliadas para a saúde no município, carros de som vêm alertando a população em ruas e bairros da cidade. Ações de desinfecção de ruas e locais públicos também foram estendidas a todos os pontos de grande circulação de pessoas. Nas garagens, os ônibus estão sendo rigorosamente higienizados pelas equipes de saúde. A testagem em massa da população também foi intensificada para que a Secretaria de Saúde pudesse monitorar os casos da doença detalhadamente em todos os pontos de Petrópolis. Além disso, a prefeitura realizou a ampliação do número de leitos e a criação da UPA Vermelha, destinada exclusivamente à internação de pacientes da COVID-19 na cidade.”