Demolição do Clube 85: às pressas em meio ao feriadão

A demolição parcial do prédio onde funcionou o Clube 85,na Rua Barão do Amazonas,chamou a atenção dos petropolitanos que passaram ontem pelo local. O espaço, que funcionou durante anos realizando festas e eventos, teve seu auge nas décadas de 1970 e 1980. O prédio fica próximo a três importantes pontos turísticos da cidade: o Museu de Cera, o Relógio das Flores e a Casa de Santos Dumont.O local funciona como estacionamento desde 2010.Uma placa instalada no espaço informa que a obra tem autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(Iphan) e da Prefeitura.Esta não foi a primeira intervenção que aconteceu no imóvel. Em dezembro de 2012,o muro que cercava o terreno do clube foi demolido. Na época, o fato também provocou indignação das entidades que defendem a questão da preservação, e que questionam a transformação do espaço,localizado em uma rua que é tombada pelo Iphan e pela prefeitura em toda a sua extensão.A demolição do muro,que tinha mais de dois metros de altura deu lugar a uma pequena mureta com a instalação de gradil, para permitir que o imóvel pudesse ser visto da rua.O Clube 85 suspendeu suas atividades há 6 anos. O motivo foi uma ação judicial movida pelos vizinhos do prédio que afirmavam ser incomodados pelas festas que aconteciam no local.Para Mauro Corrêa, coordenador do Instituto Civis,a demolição feita no feriado da Sexta-feira Santa traz uma preocupação ainda maior coma questão da liberação de construções e intervenções na cidade.Além disso, ele questiona os critérios que foram considerados pelo órgão de preservação,para que a demolição fosse autorizada. “Ficamos preocupados com essa flexibilização em liberar a demolição de um prédio importante para a cidade e que fica ao redor dos bens tombados”, comentou.Questionado sobre a autorização para a demolição parcial,o Iphan não se pronunciou até o fechamento desta edição.