Defensoria Pública cobra explicações da Prefeitura sobre falta de médicos na UPA Centro

A Defensoria Pública oficiou a Prefeitura nesta terça-feira (13) cobrando explicações sobre a defasagem de médicos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro. De acordo com a defensoria, os pacientes de baixa complexidade que chegam na unidade estão sendo encaminhados para o Pronto Socorro Leônidas Sampaio, no Alto da Serra. Além disso, a Defensoria aponta falta de médicos em postos de saúde da família, o que obriga pacientes a buscarem as unidades de urgência e emergência. 

No ofício, a defensora pública Andrea Carius questiona ainda em qual unidade de saúde estão alocados os profissionais da UPA Cascatinha, já que a unidade está fechada desde o fim de agosto, após um princípio de incêndio, e só deve ser reaberta em janeiro. 

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A defensoria solicita que a Prefeitura esclareça, no prazo de cinco dias, a contar desta quarta-feira (14), o quadro geral de médicos nas UPAs Centro e Itaipava, incluindo o número de profissionais que foram afastados em razão da idade ou de saúde, que pertençam ao grupo de risco de Covid. O Município também deve também informar os motivos da falta de profissionais no atendimento diário e as medidas que estão sendo adotadas para suprir a carência. A defensortia também determina que a Prefeitura informe o Plano de Contingência para reposição imediata dos profissionais faltosos, e questiona se a situação foi comunicada ao Conselho Regional de Medicina (CREMERJ). 

No documento, a defensoria aponta que a falta de médicos em alguns Postos de Saúde da Família, a exemplo da Fazenda Inglesa, podem agravar a situação, obrigando pacientes a procurarem às urgências. 

O que diz a Prefeitura:

 A Prefeitura informou à Tribuna que já convocou outros profissionais para a cobertura dos plantões para suprir a falta de alguns médicos na UPA Centro. Diz o governo que a demanda será suprida na próxima semana com a liberação por parte do CREMERJ do CRM dos novos profissionais. Disse ainda que a falta de profissionais na unidade se deve à migração para o atendimento nas Unidades de Terapia Intensiva, devido à necessidade imposta pela pandemia, como aconteceu em outros municípios. Informou ainda que a Secretaria de Saúde está realizando entrevistas com mais profissionais médicos para fortalecer o corpo clínico da unidade. 

A Prefeitura negou que os pacientes classificados como “verdes” e “azuis” – de baixa complexidade – estejam sendo encaminhados para outras unidades de saúde por falta de médicos na UPA Centro. E disse que pacientes nestas classificações podem ser atendidos em quaisquer unidades de Atenção Básica, como PSF ou UBS, justamente por se tratarem de consultas ambulatoriais.

Sobre o quadro de profissionais da UPA Centro, a Prefeitura informou que, atualmente, a unidade conta com 60 médicos clínicos e pediatras, divididos em plantões diurnos e noturnos de 12 horas. Hoje, quarta-feira, 14 de outubro, se encontram na unidade 4 médicos clínicos, 3 médicos pediatras e um dentista em pleno atendimento. Informou que, além disso, mais dois médicos clínicos estão de plantão no Ponto de Apoio aos pacientes suspeitos de infecção pelo novo coronavírus, na unidade do Centro da cidade. A unidade recebeu a visita da Defensoria na manhã de hoje e foi verificada, na ocasião, que o quadro médico se encontra completo e em pleno funcionamento.

Sobre as obras de restauração da UPA de Cascatinha, a Prefeitura informou que continuam ocorrendo totalmente dentro do prazo previsto em contrato. Os profissionais médicos que atuavam na unidade se encontram, hoje, nos Pontos de Apoio aos pacientes suspeitos de infecção pelo novo coronavírus do Centro e Itaipava. A prefeitura esclarece, também, que já recebeu o documento por parte da Defensoria Pública e que vai enviar as respostas dentro do prazo.