• Defensoria Pública apura falta de médicos nos pontos de apoio de covid-19 neste domingo

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  • 27/12/2020 15:38

    O aumento de casos suspeitos de covid-19 em Petrópolis, gerou uma procura acima do que vinha acontecendo nos últimos meses. Há, pelo menos, três semanas, os próprios pacientes vêm registrando na porta das unidades as filas e a falta de estrutura para acolher quem busca atendimento. Além disso, com equipe médica reduzida, os transtornos se tornaram ainda maiores. Neste domingo (27), de acordo com a Defensoria Pública, não há atendimento covid-19 nas urgências.

    Nesta manhã, a Defensoria apurou que havia dois médicos na UPA Centro, um médico na UPA Itaipava e dois médicos na UPA Cascatinha, mas nenhum nas tendas exclusivas para pacientes com sintomas da covid-19. A única unidade com equipe completa era no Pronto Socorro do Alto da Serra. Neste sábado (26), a Tribuna recebeu vários relatos e denúncias de pacientes que estavam na fila na UPA Centro, sem previsão de atendimento. 

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    As longas filas e o desfalque no quadro médico vem sendo denunciado por pacientes desde o início da semana. A professora Raquel Machado, procurou a UPA Itaipava duas vezes na última segunda-feira e foi informada que não havia médico. Recorreu a UPA Centro e também não conseguiu realizar o teste. Somente na terça-feira (22) conseguiu atendimento no Centro de Saúde. Seu esposo foi diagnosticado com covid e, por causa do convívio, ela e a filha procuraram a rede de saúde para a fazer a testagem.

    “Percebo um descaso muito grande com a população de Petrópolis, e o que mais me impressiona é a Prefeitura da cidade emitir uma nota mentirosa dizendo que o atendimento nas unidades citadas acima está ocorrendo sem falta de médicos. Fico ainda mais consternada ao perceber que a Prefeitura tenta se eximir de culpa, depositando apenas na irresponsabilidade de alguns a razão para o caos vivido na saúde pública do município, diante da pandemia”, desabafou Raquel.

    O operador de logística Vinícius Almeida procurou a UPA Centro neste sábado (26), para atendimento da sua noiva que está com suspeita de covid, mas foi avisado que não tinha médico, e que por isso fechariam a tenda. Já neste domingo, “liguei de manhã para a UPA Centro e continuou sem médico. Liguei para a de Itaipava, mesma notícia, sem médico. Aí tornei a ligar para o Centro pra vê ser tinha previsão de ter médico, e fui avisado que não sabem dizer por que os médicos não estão querendo pelo número de pacientes que estão indo lá”, contou Vinícius.

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    No entanto, a Prefeitura nega que haja falta de médicos. E respondeu que a “superlotação” citada vem ocorrendo devido ao aumento significativo na procura pelos pontos de apoio nas últimas semanas, justamente pelo desrespeito às medidas criadas para proteger a saúde dos petropolitanos. E que tem ampliado as ações para a saúde no município, como orientação por meio de carro de som, ações de desinfecção de ruas, locais públicos e ônibus. Testagem em massa e a ampliação do número de leitos para pacientes infectados. 

    Neste domingo (27), após o levantamento da Defensoria, a Tribuna voltou a apurar com a Prefeitura o motivo da falta de médicos. A Prefeitura novamente negou e informou que as equipes médicas foram ampliadas nos locais de atendimento. E disse que tem ciência da maior procura dos moradores pelos pontos de apoio na cidade. E novamente reforçou que vem intensificando as campanhas de conscientização e ações para a saúde no município, e que ainda assim, parte da população insiste em burlar as orientações das equipes técnicas de saúde, promovendo aglomerações e colaborando, de certa forma, com a disseminação da doença na cidade.

     

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