• Defensoria pede abertura de sindicância para apurar caso da mãe que deu à luz nas escadas de casa

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  • 03/03/2021 09:54
    Por Luana Motta

    A Defensoria Pública por meio do 8º Núcleo de Tutela Coletiva de Petrópolis requereu a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) uma série de informações para apurar o caso da paciente Jéssica Coelho Souza, de 31 anos, que no último domingo deu à luz nas escadarias da servidão onde mora na Castelânea. Jéssica foi atendida no Hospital Alcides Carneiro horas antes e foi liberada para casa, voltou a sentir-se mal e acabou tendo o parto a caminho do hospital. A Defensoria pede que seja aberta uma sindicância para apurar as falhas no atendimento da paciente.

    O ofício enviado nesta terça-feira (02) a SMS, pede que seja informado todos os detalhes sobre o atendimento de Jéssica, desde o pré-natal. Assim como informações sobre o aparelho de ultrassonografia da maternidade do HAC, escalas de médicos obstetras no dia da entrada da paciente no hospital, número de leitos e quartos disponíveis no dia do atendimento e informações sobre o atendimento do SAMU.

    A Defensoria questiona o motivo da realização de um único exame para atestar se a paciente estava em trabalho de parto ou não. Segundo o HAC, foi realizado uma cardiotocografia na paciente. Outro questionamento da Defensoria é em relação ao atendimento do SAMU. Segundo o documento, após o parto Jéssica teve que descer as escadas até a ambulância do SAMU, que não fez a remoção de maca.

    A Defensoria Pública tem uma ação civil pública ajuizada em 2018 que apura as falhas na maternidade do HAC. “Essa ação está tramitando e nós vamos comunicar o fato ao juízo. Estamos aguardando a apuração dos fatos em sindicância, essa que estamos requerendo a sua abertura”, disse a defensora pública Andrea Carius.

    Questionada, a SMS informou que está apurando o caso junto à equipe que estava de plantão na unidade no domingo. E informou que a Secretaria está à disposição da Defensoria Pública e irá prestar todas as informações solicitadas sobre o caso. A Secretaria de Saúde apurou junto a chefia da maternidade que havia leitos disponíveis no setor, que operava com 50% de ocupação. Em relação ao pedido de ultrassonografia, a chefia do setor disse que trata-se de uma decisão médica, adotada de acordo com a avaliação de cada paciente no momento do atendimento.

    Sobre o atendimento da paciente, a SMS esclareceu que “a paciente, de 31 anos, e o recém-nascido, estão internados no HAC e passam bem. Segundo o prontuário médico, a paciente deu entrada na unidade na tarde de domingo, relatando dores e contração. Durante a consulta de avaliação, não foi constatado sangramento nem perda de líquido. Ela foi avaliada pela equipe médica e passou por exames físico e obstétrico, que constataram colo uterino posterior, grosso, e bolsa íntegra. A paciente não apresentava contrações de trabalho de parto no momento do atendimento. Para assegurar o bem-estar fetal e verificar a presença de contração, foi realizada uma cardiotocografia (exame que avalia o bem-estar fetal e a presença de contração). Ela foi liberada por volta de 18h da unidade, recebendo orientações de retorno ao serviço, caso houvesse piora da dor ou perdas vaginais (sangue ou líquido amniótico). A paciente retornou à unidade às 23h57, trazida pelo SAMU, após parto domiciliar. Ela relatou que voltou a ter dores e saía de casa para retornar ao hospital, quando o bebê nasceu. Foi avaliada, assim como o recém-nascido, que foi atendido pelo pediatra. Os dois permanecem internados na unidade, apresentando bom estado geral com previsão de alta amanhã(quarta-feira)”, informou a Secretaria.

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