Décio Ennes de volta
Na última sexta-feira, estive na Academia Friburguense de Letras para uma palestra sobre a vida e obra do poeta Décio Duarte Ennes, meu primo, que foi personalidade da educação, da literatura, da política, do jornalismo e do Direito com soberba presença em Petrópolis e no Estado do Rio de Janeiro.
Motivou o evento a intenção de apresentar àquela Academia de Letras um friburguense que viveu em Petrópolis desde os 8 anos de idade, onde edificou nobilitante vida intelectual, nascido em Nova Friburgo em 1926 e falecido em Petrópolis, onde está sepultado, no ano de 1982,
Recebido, com fidalguia pelos dirigentes da Friburguense, presidente Alberto Lima Abib Wermelinger Monnerat e Conselheiro Ordilei Alves da Costa, tive o privilégio de ver na galeria dos fundadores e ex-presidentes, a fotografia e placa de homenagem ao meu tio-avô jornalista e poeta Juvenal Marques, irmão de minha avó materna Alice Marques Duarte.
E minhas primeiras palavras proferidas na abertura da sessão foram: “- Estou em casa!”.
Os literatos friburguenses mostraram-se encantados com a obra poética do ilustre friburguense autor de “Flor da Vida”, “Paz Bendita” e obras didáticas sobre a língua portuguesa, com especial enfoque em estudos sobre Luiz Vaz de Camões e sua imortal obra “Os Lusíadas”, que Décio Ennes conhecia com profundidade.
Foram relembrados fatos marcantes da vida do educador, como a idealização e fundação do Liceu Municipal de Petrópolis, graças à visão do prefeito Cordolino Ambrosio; a sua brilhante vocação para o magistério, formadora de muitos profissionais de várias áreas; sua atuação como jornalista, na redação do “Jornal do Povo” e. até, o exercício de delegado de polícia no município e Magé – sua passagem por lá tem homenagem de seu nome em logradouro no 1º distrito.
Por sua atuação e justo reconhecimento em favor do Município, foi honrado com o título de “Cidadão Petropolitano”, por indicação do vereador Idealino José Limongi.
Saudade dos discursos fantásticos de Décio Ennes, todos de improviso, já que não escrevia as orações e, por escritor e poeta de talento, foi eleito acadêmico da Petropolitana de Letras, titular da cadeira nº 5, patrono Nilo Peçanha, vinda de seu antecessor e tio e meu pai Joaquim Gomes dos ; e tem seu nome como patrono da cadeira nº 16 na Academia Brasileira de Poesia – Casa de Raul de Leoni.
Poetas magníficos, Raul de Leoni e Décio Ennes, estão sepultados no Cemitério do 1º distrito de Petrópolis, em campas muito próximas e, até, imagino, que declamam versos no silêncio respeitoso e de muita saudade no seio da Eternidade.
Foram pais de Décio Duarte Ennes, o comerciante Osório Fernandes Ennes e a professora Adalgisa Marques Duarte Ennes, meus padrinhos de batismo, tendo o casal 4 filhos: Hélio, Décio, Luiz e Osorio, todos já falecidos.
Definir Décio, ele próprio, no terceto final do soneto “Pierrô e Arlequim”: […] “Eu levarei da vida a vida que sonhei – mera ilusão – que somente vivi para o meu coração!”