Debate sobre literatura e ditadura marca um ano do sebo Capolavoro
Na próxima sexta-feira (8), o presidente da Comissão Municipal da Verdade (CMV) de Petrópolis, Eduardo Stotz, vai participar de uma conversa sobre a ditadura militar no sebo Capolavoro Livros, que, na ocasião, completa um ano. O evento, intitulado como “Literatura e Ditadura: conversa com a Comissão Municipal da Verdade na Capolavoro Livros”, é aberto ao público e está marcado para as 18h. O sebo funciona na Rua do Imperador, nº 515, sala 3.
Capolavoro significa obra-prima e o sebo foi idealizado pela profissional de marketing Luciana Thees Vianna. Ao todo, o acervo conta com cerca de 3 mil livros. A maior parte é de literatura brasileira e estrangeira. No local, Eduardo Stotz encontrou diversas publicações que contam um pouco da história do Regime Militar no Brasil. Entre elas, “Vlado Herzog: o que faltava contar”, de Trudi Landau; “A Rebelião dos mortos”, de Luis Fernando Emediato; “Carta sobre a Anistia: a entrevista do Pasquim”, de Fernando Gabeira; e “1968: o ano que não terminou”, de Zuenir Ventura.
Sobre o evento, Eduardo afirmou que a ideia é provocar uma conversa, sem pretensão crítica, sobre o que se escreveu, do ponto de vista literário, a respeito da época do regime militar. "Mostrar outra face da resistência. Mais ainda, que não apenas se escreveu grandes romances engajados, como "Bar Don Juan", de Antonio Callado; ou "Pessach: a travessia", de Carlos Heitor Cony, por meio das quais se plasma a influência da revolução cubana sobre os rumos da esquerda brasileira após o golpe de 1964, mas uma diversidade de obras, na mesma perspectiva, menos conhecida. Na oportunidade serão expostos, para a venda, algumas dessas (e outras) obras", destacou.
Já a respeito da criação do sebo, Luciana contou que surgiu após um interesse dela de mudar de área de atuação e também porque sempre gostou de literatura. E o que mais motivou foi a doação de cerca de 2 mil livros, feita por um ex-professor da faculdade. “Foi uma oportunidade que não pude recusar. No início, passei a vender pela estante virtual e dois anos depois consegui uma sala bem legal, o que favoreceu a abertura ao público”, disse.
O que chama a atenção dos leitores no Capolavoro, além do acervo, é a decoração. “Meu desejo era de montar um espaço como se fosse uma sala de leitura na casa de alguém”, disse ela, acrescentando que os leitores ficam encantados também com a seleção dos livros. E, segundo Luciana, durante este ano, o espaço já atraiu pessoas de todas as faixas etárias: “Dos mais novos aos mais idosos. Eles vêm aqui para procurar títulos para ler para o colégio, ou alguma coleção ou obra em especial. Também aparecem para conhecer, garimpar, bater um papo”, comentou.
O horário de funcionamento do Capolavoro é de segunda a sexta, das 10h às 13h e das 15h às 19h. Já aos sábados é das 10h às 14h.