• De olho em 2022, Lula e Ciro adotam estética de campanha em 1º de Maio unificado

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  • 01/05/2021 20:43
    Por Matheus de Souza e Mateus Fagundes / Estadão

    Duas das estrelas políticas do Primeiro de Maio unificado das centrais sindicais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) lançaram mão de uma estética de campanha em seus discursos do evento virtual. Diferente dos demais convidados, que fizeram vídeos em celular, com ar de caseiros, tão comuns a estes tempos de pandemia, o petista e o pedetista apresentaram verdadeiras peças publicitárias, com logomarca e edição bem feita.

    Estética, palanque unificado e discurso pelo emprego foram as únicas semelhanças dos dois potenciais candidatos para a eleição de 2022. Ambos disputam a hegemonia da esquerda, e têm buscado, pessoalmente ou por meio de interlocutores, aproximação com o chamado centro político.

    A peça de Ciro, aliás, trouxe críticas veladas ao PT. Em um discurso de 3 minutos e 17 segundos, o pedetista afirmou que o governo de Jair Bolsonaro era o resultado dos “sucessivos fracassos de modelo econômico, modelo político e práticas morais” de gestões anteriores. Ele argumentou ainda que a saída pela crise passa por um novo processo nacional de desenvolvimento.

    No vídeo, Ciro aparece com um fundo desfocado, e fala calmamente sobre os problemas do País. No momento de fala mais elevada, Ciro chama Bolsonaro de genocida.

    O discurso de Ciro foi antecedido pelo líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), que defendeu em 2018 a aliança do seu partido ao pedetista e hoje pregou a união contra Bolsonaro, e sucedido pelo do ator Osmar Prado, que gravou naquele ano um vídeo com outros artistas no qual cobravam do ex-ministro o apoio a Fernando Haddad (PT) no segundo turno.

    Quase uma hora depois no evento, foi a vez de Lula discursar. Ele falou no último bloco político do ato, na sequência dos também ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).

    Em sua fala, Lula reforçou feitos dos governos petistas e criticou a Lava Jato, à qual atribuiu, sem apresentar a fonte dos dados, a perda de bilhões de reais em investimentos e recolhimento de impostos.

    Na peça de Lula, de cinco minutos e 26 segundos, o ex-presidente aparece com um fundo de biblioteca e suas falas são acompanhadas por uma trilha heroica, com alternância nos enquadramentos. As falas mais fortes do petista foram reforçadas com “letterings” e aproximação da câmera. O vídeo todo é legendado.

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