De concreto, Petrópolis tem R$ 32 milhões já enviados
Os R$ 30 milhões direcionados pela Assembleia Legislativa do Estado a Petrópolis já estão nas contas da prefeitura desde a quinta-feira. O repasse, iniciativa do presidente da casa, André Ceciliano e aprovado pelo plenário, pode ser usado livremente pela prefeitura. Essa verba vem sem carimbo. Também já estão indo para as contas da prefeitura, os R$ 2,3 milhões que o governo federal enviou. Então, no total, a cidade já tem R$ 32 milhões para o socorro imediato, lembrando que contratação de serviços, recursos humanos e equipamentos pode ser feita sem licitação diante do estado de calamidade pública decretado pelo prefeito Rubens Bomtempo e reconhecido pelo governo federal.
Projetos
A visita do presidente Jair Bolsonaro foi importante para Petrópolis, sim, mas importante também para o próprio presidente que em incidentes passados em outros municípios deixou de marcar presença. E há quem tenha estranhado que não se anunciou uma verba em grande volume de imediato. Bolsonaro e seus ministros falaram dos R$ 2,3 milhões já liberados e mais R$ 2,3 bilhões de recursos extraordinários que a União começou a disponibilizar desde novembro para cidades com desastres climáticos em todo o país. Porém, de imediato para Petrópolis, não se deu um novo número em verbas. Mas foi como ele disse: está sendo traçado um plano entre os governos das várias esferas. Tem que ter projeto para a liberação dos recursos. Não há outro caminho.
Panos quentes
O vídeo nas redes sociais em que Bomtempo agradece ao prefeito de Magé, Renato Cozzolino, foi gravado depois que o tempo esquentou. Foi uma forma de amenizar o que poderia gerar um longo conflito. Neste vídeo em que se tentou usar imagem bem fechada no rosto do prefeito ainda dava para ver um resquício de ânimos inflamados ao fundo. O povo de Magé, momentos antes, confrontou equipes da prefeitura. Ali, a acusação era de que a ajuda da cidade vizinha estava sendo recusada. O estopim que tirou Bomtempo do sério foi um vídeo de Cozzolino subindo a serra num comboio de tratores fazendo pose de herói com uma música dessas de filme de ação ao fundo. Aí Bomtempo estressou.
Congraçamento
E o pau quebrou nas redes sociais entre os dois principais candidatos ao governo do Estado, Claudio Castro, que ocupa o cargo atualmente, e o deputado federal Marcelo Freixo sobre a tragédia em Petrópolis. Lá penas tantas Castro tascou: “você é um Zé do Caixão. Deixa a gente trabalhar. Você chegou à cidade três dias depois.” O placar marca 1×0 para Castro.
Empenhado
O governador Claudio Castro está mostrando empenho na situação de Petrópolis. Isso é inegável. Rapidez na liberação de recursos materiais e humanos foi essencial. Presença dele e de secretários aqui também porque gera o sentimento de acolhimento. Se Castro cumprir a promessa de só deixar o assunto de lado quando Petrópolis estiver reconstruída e ainda pelo menos lançar com consistência um programa de prevenção nada de braçada na eleição aqui.
Mudança de ânimo
A disposição de Castro, mais uma iminência de conflito com Magé e ainda Bolsonaro em Petrópolis fizeram com que o prefeito Rubens Bomtempo baixasse um pouco a bola e ‘aceitasse’ ajuda sem fazer cara feia, independente de os benfeitores terem ideologias e partidos diferentes. Não era hora disso mesmo.
Saques
E em muitos pontos onde os moradores deixaram suas casas iniciaram-se os saques dos imóveis. Na Rua Nova, na 24 de Maio, marginais levaram tevês das casas. Na Rua Teresa onde carros foram arrastados e estão emaranhados em pilhas de destroço e lama um sujeito – com imagens nas redes sociais – aproveitava para levar objetos que retirava dos veículos.
Medidas duras
A quantidade de carros nas ruas fez com que as autoridades apelassem para que as pessoas deixem de ir às ruas. Mas tá difícil. O excesso de carros atravanca as vias que ainda dão passagem e atrasam carros de socorro e de serviços. É preciso pensar em adotar medidas mais radicais.
“Gente demais”
Não foi bem recebida a afirmação do governador Claudio Castro que disse que ‘gente demais não adianta’ em relação à pressão de moradores sobre falta de bombeiros nos locais de busca. Castro citou, na coletiva de imprensa do presidente Bolsonaro, os 500 homens que atuam na cidade, mas muita gente denuncia que há grupos sozinhos em muitos pontos fazendo buscas sem recursos.
É demais
Uma abrigada na Comac gravou um áudio que circulou nas redes sociais dizendo que a direção do local estava regulando comida e até escondendo o toddynho das crianças. Depois, a presidente da Comac, Fernanda Ferreira, em prantos, gravou vídeo com a própria denunciante desmentindo e reconhecendo que não falou a verdade.
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