Danças circulares: um movimento que vem ganhando cada vez mais força na cidade
Movimentos coordenados, porém livres. Dança em conjunto, mas de autoconhecimento e encontro com o íntimo. Bem viver e comunicação não verbal amorosa. Essas são apenas algumas das características presentes nas Danças Circulares, movimento contemporâneo mundial, criado na década de 70, com o coreógrafo alemão Bernhard Wosien. A prática resgata tradicionais danças de roda, de diversas partes do mundo, em diferentes períodos de tempo. É ainda uma expressão artística levando em conta que desde os primórdios da humanidade as sociedades dançam em círculos para celebrar nascimento, casamento, colheita, plantio, chegada das chuvas, solstícios e equinócios e até a morte. Na cidade, a prática não passou batida e já conta com dezenas de adeptos. Neste domingo (5), por exemplo, o Grupo de Danças Circulares de Petrópolis completa um ano disponibilizando encontros gratuitos no Museu Imperial uma vez por mês. O encontro será às 9h30.
Outro ponto destacado pela focalizadora (quem conduz a dança), Mariana Terra, é o propósito coletivista, de integração e união, fortalecendo a cultura da paz. “No Brasil, este movimento chegou na década de 1980, se integrou às danças de roda brasileiras e logo ganhou grande representatividade, com práticas que acontecem em escolas, universidades, empresas, parques, penitenciárias, hospitais, centros culturais e em outros lugares nas cidades. O que caracteriza essas danças é o valor cultural e o espírito comunitário e planetário que elas promovem. E sua prática visa a saúde do ser humano, o bem estar físico, mental, emocional, energético e social”, explicou. Diante de tantos benefícios, as Danças Circulares passaram a ser consideradas uma Prática Integrativa e Complementar (PIC) na Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para os praticantes, as descobertas feitas através das danças circulares são muitas. “Foi em um momento de mudanças e novas escolhas que vinha fazendo e a busca por equilíbrio em diversos aspectos, como: físicos, mentais, energéticos, que conheci as danças circulares. Por já estar aberta, e sem nenhum pré julgamento senti muita alegria e paz logo que comecei a fazer parte desse movimento em Petrópolis. A dança proporciona um bem estar maravilhoso, e no caso das circulares faz com que eu consiga me conectar comigo. E quando percebi isso tive certeza de que é isso que quero para minha vida”, contou uma das participantes do movimento
Bianca Freitas, que é terapeuta holística, e que há mais de um ano pratica danças circulares. E quem acha que apenas jovens podem participar se engana. A aposentada Marília Vargas Freitas, por exemplo, tem 70 anos e há dois pratica danças circulares. Ela já fez inclusive o curso de iniciante e hoje participa, além dos encontros nos primeiros domingos do mês no Museu Imperial, dos eventos na sede do Grupo de Danças Circulares de Petrópolis, no Espaço Shiva, às quintas-feiras. “Me encontrei! É uma dança curativa em vários aspectos e que me trouxe muita paz. Além disso, é possível aprender a perceber melhor o outro, ajudar as pessoas em pequenas coisas, como por exemplo, quando alguém não acerta o passo ou ritmo. Não há críticas, apenas colaboração e amor ao próximo”, contou animada.
Benefícios
– Dimensão físico-cognitiva: desenvolvimento do equilíbrio, da coordenação, da atenção e concentração, da flexibilidade, da consciência do corpo, aliados a outros benefícios trazidos com a música, ritmo, movimento e expressão.
– Dimensão emocional: contribui com manifestações de desejos e sentimentos, abrindo assim novas perspectivas, além do fortalecimento da auto-confiança. Promove a leveza, a alegria e a serenidade e uma comunicação humana não verbal amorosa. Contribui, também, para a redução dos níveis de medo, estresse e ansiedade.
-Dimensão educacional e relacional: promove o apoio mútuo, o acolhimento, a integração, a comunhão e a cooperação. Desenvolve o senso de organização coletiva e desperta para relacionamentos saudáveis.
– Dimensão educacional e cultural: propicia o aprendizado lúdico de manifestações culturais de diferentes regiões e povos, suas referências estéticas, musicais, de movimento e ritmo.
– Dimensão holística: promove a Cultura da Paz, o espírito gregário e consciência planetária.