• Dança contemporânea: ´petropolitanos fazem turnê pelos países da Europa

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  • 02/10/2016 09:00

    Eles são petropolitanos e apaixonados pela dança contemporânea. Deixaram a Cidade Imperial em busca de conhecimento e conseguiram mais do que isso: o reconhecimento. Leandro Zappala e Anna Af Sillén estão em uma turnê artística pela Europa. Eles já passaram por Portugal e seguem para a Rússia e Sérvia, onde apresentarão os seus trabalhos de dança em diversos formatos. Os artistas também estão finalizando um filme sobre a performance “Corpo Nó”. Após a turnê, os petropolitanos voltam para o Brasil, onde realizarão um mapeamento artístico em vários estados do país.

    “Voltaremos ao nosso país com a intenção de aprofundar o nosso olhar e conhecimento encontrando projetos artísticos e curadores, além de seus planos de curadoria. E já no início de 2017 faremos o mesmo na Áustria, Berlim e Amsterdam. Tivemos uma experiência maravilhosa em Portugal, em setembro. No país, tivemos um público de mil e quinhentas pessoas no Museu de Arte Moderna em Serralves. Elas assistiram à performance 'Duration Rope'. Também estamos finalizando um filme que é um desdobramento do nosso último trabalho, 'Corpo Nó'”, disse Leandro.


    Turnê em museus da Europa

    No Museu de Arte Moderna do Porto, em Portugal, Leandro e Ana mostraram, no mês de setembro, a obra de longa duração "Duration Rope". “Esse é um projeto muito potente do Museu de Arte Moderna do Porto, que mostrou dez artistas com grande expressão nas artes contemporâneas de várias partes do mundo”, disse Leandro.

    Este mês, o Museu Solyanka, em Moscou, faz uma retrospectiva grande do trabalho dos petropolitanos. “Eles reunirão a nossa trajetória  'Quarto' com todos os nossos vídeos, imagens, textos e três dias de performances ao vivo, onde eu e Anna estaremos durante horas seguidas apresentando os nossos diferentes trabalhos. A exposição fica aberta ao público de Moscou durante um mês. No espaço mostraremos as performances 'Corpo Nó', que estreamos este ano em Malmö, Durational Rope, e em 2014 no Museu de Arte Moderna de Estocolmo e 'Beleza do Acaso', que estreamos em 2012. Também acabamos de rodar um filme que terá sua estreia mundial lá”, contou Leandro.

    Já em Belgrado a dupla fará um festival com a obra 1Beleza do Acaso1. “Vai ocorrer em uma Igreja antiga, hoje um teatro espetacular. Essa obra estreou em 2011 e já rodou por diversos países. O nome do festival é Artes Performáticas e dança Kondenz e vai ocorrer nos dias 27 e 28 de outubro. A nossa sensação é de ter percorrido um longo caminho. Temos trabalhado tanto e ininterruptamente nesses últimos 13 anos que tudo nos parece muito natural, as coisas estão acontecendo como resultado de uma longa trajetória percorrida, construímos essa base que é bem sólida, e esse espaço conquistado não foi conseguido agora, tudo é muito trabalhoso. Mas, é claro que quando projetos nessa dimensão surgem, celebramos com muita alegria, assim como temos celebrado cada desdobramento ao longo do caminho. Isso tudo se dá como um ato de resistência”, conta Leandro.

    Ainda segundo Leandro, o sucesso da dupla no campo das Artes é resultado de muito estudo e treino e, por isso, eles têm compromissos marcados já para 2017. “Nesse campo no qual transitamos, e diria de um modo geral, existe um circuito mundial e esses curadores das maiores instituições do mundo se falam, se encontram, viajam pelo mundo assistindo às coisas e discutindo esses artistas, propostas e obras. Enfim, por consequência, os artistas inseridos nesse mercado, porque é um mercado muito seleto, também estão em diálogo com essas pessoas. O que quero dizer é que quando surge um convite desses ele é nada mais que uma consequência de uma série de diálogos, de aproximação do curador com a obra, do curador com os artistas e, isso, muitas vezes, acontece por longos anos, até que o momento do convite surja, é também um caminho. Mas sim estamos muito felizes, temos muitas coisas para fazer”, afirma Leandro.

    Apesar de toda a caminhada e reconhecimento em diversos países, a dupla não esquece o carinho por Petrópolis. “Ficamos super felizes em compartilhar com Petrópolis esse caminho, porque somos daí, amamos a cidade. Ao mesmo tempo não temos como levar esses trabalhos ao público petropolitano, por uma série de questões, talvez as mais graves sejam a falta de entendimento e o desinteresse das pessoas. Entendemos que não há uma tradição em curadoria na cidade, ou em se pensar mecanismos e projetos de maneira aprofundada, e que nada foi feito para que isso fosse diferente, além da pouquíssima infraestrutura e comprometimento. Até tentamos articular algo no ano passado, quando levamos uma de nossas obras ao Rio a convite do Festival Internacional Panorama de Dança, na Cidade das Artes, mas não rolou. No entanto, adoraríamos encontrar com quem dialogar nesse sentido, pois, como já dito, amamos a cidade e vemos um enorme potencial”, conta Leandro.

    Quem quiser conhecer um pouco mais sobre o trabalho de Leandro e Anna podem os acompanhar na página do Facebook https://www.facebook.com/QUARTO.art. 


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