• Dados da Secretaria de Saúde mostram aumento de 383% no número de suicídios

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  • 30/05/2018 19:56

    Dados alarmantes da Secretaria Municipal de Saúde, divulgados esta semana chamam a atenção para o aumento nos casos de suicídio em Petrópolis. Em 2016, foram registrados 18 mortes por lesões autoprovocadas. Em 2017, este número passou para 87, ou seja, um aumento de 383% em apenas um ano. Ainda de acordo com a secretaria, de janeiro a março deste ano, a cidade já contabilizou 33 casos de suicídio.

    Segundo o levantamento divulgado pela Secretaria de Saúde, as mulheres são as que mais cometem suicídio na cidade. Dos 87 casos registrados no ano passado, 61 foram relacionados a pessoas do sexo feminino e 26 do masculino. Outro dado que chama a atenção, é a idade das pessoas que provocaram a própria morte: 44 delas eram jovens com idade entre 20 e 39 anos.

    De acordo com o Ministério da Saúde (MS), as taxas de suicídio têm aumentado em todo o país, principalmente entre crianças e adolescentes. As mortes cresceram 65% entre pessoas com idade entre 10 a 14 anos, e 45% entre jovens de 15 e 19 anos, entre 2000 e 2015. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mostram que o suicídio é a quarta maior causa de morte entre jovens em todo o mundo.

    "Os jovens mais propensos ao desejo de encerrar a vida normalmente estão enfrentando situações de conflito interpessoal,  têm menor estabilidade emocional e mais impulsividade. Eles são naturalmente mais imediatistas e como ainda não atingiram a plena maturidade emocional e biologicamente seu cérebro ainda não se formou completamente, têm mais dificuldade para lidar com estresse e frustrações. Essa dificuldade os coloca mais vulneráveis  aos pensamentos suicidas. Importante destacar que normalmente isso é passageiro e não indica psicopatologia", explicou Claudia de Jesus Martins, psicóloga especialista em Terapia Cognitivo Comportamental e Dependência Química.

    Baixa autoestima prolongada e carregada de sofrimento, abusos (incluindo o bullying), dificuldades para lidar com a própria sexualidade são algumas das causas que podem levar os jovens (adolescentes e crianças) a tirar a própria vida. Para a psicóloga é importante que os pais e responsáveis fiquem atentos a alguns sinais e orienta para a procura de um profissional. "Quando esses pensamentos se tornam mais persistentes, ou aparecem associados a alguma crise aguda, podem aumentar o risco para esse jovem atentar contra a própria vida, direta ou indiretamente, é preciso buscar ajuda de um profissional para enfrentar esse momento de dificuldade", frisou Claudia.

    Segundo a psicóloga, vem aumentando a procura em seu consultório de pessoas que sofrem com ansiedade e depressão. "Essa procura vem sendo diária e isso é um indicador. É importante dizer que quem pensa em suicídio está passando por um sofrimento psicológico para o qual não vê solução. Como jovens tendem ao imediatismo e impulsividade,  se sentem mal de querem logo resolver esse mal estar, mas não significa que queiram morrer. Essa pessoa vive uma ambivalência durante algum tempo, e se puderem falar sobre isso podem se entender melhor e superar seus problemas", concluiu Claudia.

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