• Crise no transporte público segue afetando a rotina do petropolitano

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  • Dezembro segue a mesma linha do mês anterior, que teve 97 ônibus quebrados

    16/12/2023 09:50
    Por Manoelle Rocha

    Segue o sofrimento dos moradores de Petrópolis com a crise no transporte público. Aqueles que utilizam o serviço e dependem dos ônibus para chegar ao trabalho, escola, médico e outros tantos compromissos, estão tendo que lidar com a incerteza se conseguirão chegar ao local de destino.

    Com as quebras constantes, alguns locais da cidade ficam com apenas um carro rodando para atender a população, como por exemplo, a linha 429 – Lagoinha, da Petro Ita, que nessa sexta-feira (15), quebrou no período da manhã e teve apenas um ônibus circulando durante boa parte do dia, com intervalo de uma hora entre as viagens.

    Vale lembrar que em novembro, segundo levantamento informal feito pelos conselheiros do Comutran – representantes da sociedade civil – foram, pelo menos, 97 ônibus quebrados, e o ranking é liderado pelas empresas Petro Ita e Cascatinha.

    Leia também: Petrópolis teve, pelo menos, 97 quebras de ônibus em novembro

    O mês de dezembro, ao que tudo indica, vai para o mesmo caminho. Todos os dias usuários do transporte público da cidade relatam os problemas que não ficam restritos aos carros quebrados e nos atrasos das viagens, mas também nos estacionamentos irregulares, que impedem a passagem dos ônibus, e que deveria ser coibido pela CPTrans.

    Ônibus da Cascatinha tumultua trânsito nesta sexta

    Nessa sexta-feira (15), mais um ônibus da empresa Cascatinha apresentou problemas. Desta vez, o coletivo número 5028, que fazia a linha 523 – Alto da Boa Vista, teve problemas no eixo dianteiro, na Rua Padre Siqueira, próximo ao Palácio de Cristal, gerando trânsito e transtorno para aqueles que passavam pelo Centro da cidade.

    Problemas e mais problemas envolvendo a Cascatinha

    Já na quinta-feira (14), o ônibus que fazia a linha 510 – Vale dos Esquilos, quebrou, deixando o bairro sem transporte público durante todo o dia. Na semana passada foram quatro dias enfrentando o mesmo problema.

    O morador do bairro, Ernesto Pina, afirma não ter mais confiança no serviço, uma vez que utiliza o transporte para trabalhar e nunca tem certeza se os horários serão realizados ou não.

    “Semana passada foram quatro vezes, ontem meu bairro ficou sem ônibus o dia todo. Eu moro no alto do Vale dos Esquilos, já tive que recorrer três vezes à minha esposa para me deixar em outra rua, para que eu possa pegar um ônibus para ir para o trabalho”, contou Ernesto.

    Ele ressalta, ainda, que muitas pessoas não tem carro e que acabam fazendo o percurso, de cerca de 3,5 km, a pé.

    Na última terça-feira (12), o ônibus da empresa Cascatinha, número 5002, que também fazia a linha 510 – Vale dos Esquilos, quebrou na parte da manhã, por volta das 9h, e à tarde, quebrou novamente.

    Com o ocorrido, os moradores tiveram que buscar alternativas, sendo uma delas, utilizar o ônibus da linha 525 – Comunidade do Neylor, também da viação Cascatinha.

    Contudo, os passageiros também tiveram que enfrentar mais um problema: o veículo 5006 estava sem janela, os marcadores de óleo e água não estavam funcionando, assim como o velocímetro.

    Registro feito por Frederico Portugal, passageiro que estava no ônibus 5006.

    O professor Frederico Portugal, que estava viajando neste ônibus, conta que o serviço no bairro normalmente é feito por dois veículos, mas que com os problemas, a localidade fica com apenas um carro fazendo o itinerário e que às vezes os moradores acabam ficando sem nenhum ônibus rodando.

    “A situação é muito complicada, não podemos contar com os ônibus, pois não sabemos se eles vão fazer os horários”, declarou o Frederico.

    No sábado (9), o veículo 5021, que fazia a linha 518 – Atílio Marotti, perdeu a direção e parou no meio de uma curva na Av. Barão do Rio Branco.

    Problemas na Petro Ita também são constantes

    A linha 451 – Praça Catulo, que antes fazia somente o itinerário da região, passou a atender também o Euclides da Cunha, após a pandemia.

    A linha também passou a atender a Dom João Braga e o tempo de espera passou a ser, em média, de uma hora e dez minutos, uma vez que as ruas não são próximas umas das outras.

    Além de enfrentarem o tempo de espera e as quebras que acometem os carros, os moradores lidam com mais dois problemas: a impossibilidade do ônibus fazer o percurso completo, devido ao estacionamento irregular, e a falta do transporte em algumas ruas que são deixadas de lado quando o horário está atrasado.

    Os moradores pontuam que a rua mais afetada é a Dom João Braga e que muitos idosos, crianças, estudantes e trabalhadores dependem do serviço e não tem outra opção, se não o transporte público.

    Eles contam, também, que nos finais de semana, alguns motoristas se recusam a fazer o trajeto devido à concentração de pessoas que ficam nos bares na beira da rua e impossibilitam a passagem dos ônibus.

    Pane elétrica

    No último sábado (9), o ônibus número 22104, que faz a linha 424 – 24 de Maio, apresentou uma pane elétrica e parou no meio da rua, impedindo o trânsito no local.

    Segundo relatos, o automóvel já havia apresentado problemas no dia anterior, durante uma viagem noturna, e mesmo assim continuou rodando.

    Leia também: Ônibus da Petro Ita e Cascatinha apresentam falhas e deixam passageiros a pé na manhã deste sábado

    Com a palavra, o Setranspetro

    Questionado sobre os temas, o Setranspetro informou que a linha 510 – Vale dos Esquilos esteve com 100% do cumprimento da operação prevista para esta sexta-feira (15), sem qualquer atraso ou perda de viagem, e que nos primeiros 15 dias deste mês, a empresa cumpriu mais de 96% das viagens previstas para a região. A Cascatinha acrescentou, ainda, que já intensificou todos os trabalhos e procedimentos de manutenção preventiva e corretiva, para proporcionar uma operação com mais qualidade aos passageiros.

    Em relação aos problemas citados na Praça Catulo, a Petro Ita informou que são recorrentes os casos de estacionamento irregular na área de atendimento da linha de ônibus 451, conforme divulgado pela imprensa, prejudicando todos os moradores que utilizam o transporte público na região. A empresa afirma que aciona imediatamente o órgão fiscalizador, sempre quando necessário, e que o problema provoca atrasos, perdas de viagens e até torna impossível que um ônibus cumpra o itinerário até o destino programado. O Setranspetro ainda pede o apoio dos órgãos competentes para a fluidez no trânsito, além da conscientização das pessoas que possuem meios particulares de locomoção, para que não haja a interferência de estacionamento irregular, principalmente, em curvas e áreas de manobra.

    Sobre as questões do itinerário Praça Catulo/Euclides da Cunha/Dom João Braga, além do tempo de espera dos passageiros, quebras dos veículos, e a situação descrita aos finais de semana na Dom João Braga, o sindicato não se manifestou.

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