Crise no transporte: moradores se manifestam nas comunidades e fecham trânsito
Tomou embalo a demonstração de descontentamento dos usuários que estão por aqui com empresas de ônibus e falta de providências do poder público. Mesmo interrompida por um feriado, a semana foi marcada por sucessivas manifestações, a última na terça-feira à noite quando moradores do Alemão queimaram objetos impedindo a circulação do ônibus. A revolta é com veículos cheios, menos ônibus e horários e carros sempre quebrados. A retomada das aulas presenciais somada ao retorno integral do trabalho com arrefecimento da pandemia amplificou o problema.
Quatro comunidades se manifestaram
Carangola, Jardim Salvador e Boa vista também se manifestaram e mais de uma vez porque a CPTrans, que gerencia o sistema, prometeu e deixou de cumprir as providências que disse que tomaria. Com o Alemão já são quatro comunidades que cansaram de pedir que a circulação das linhas melhore e resolveram dar mais ‘visibilidade’ aos apelos com o fechamento das ruas. Pelo que temos acompanhado as manifestações não vão parar.
Audiência pública
Por conta disso, vereadores já começam a falar em convocar uma audiência pública – que não deve resolver nada. A tal reunião coloca em saia justa Hingo Hammes, afinal, em pouco tempo esteve nos dois lados, executivo e legislativo, e não conseguiu resolver a questão. E levar para a audiência a questão a briga entre empresas e prefeitura sobre dívidas de subsídio e ISS não deve funcionar. Usuários querem soluções práticas e imediatas.
Áreas rurais também
O sofrimento piora nos distritos, por causa da distância, evidentemente, mas também porque há forte circulação entre cidades vizinhas e o sistema intermunicipal também deixa a desejar. A Viação Progresso, por exemplo, suspendeu as linhas de Areal para Bemposta e Vale da Cachoeira. Pessoas que trabalham nestas localidades ou precisam se deslocar entre as regiões estão sofrendo. Lá, a prefeitura de Areal disse que ia chegar junto e resolver.
Ausentes
Sentida a ausência de políticos na homenagem feita as 233 vítimas fatais e quatro desaparecidos na tragédia das chuvas. O ato, uma cobrança por medidas efetivas do poder público, aconteceu na terça à tarde na Praça da Águia, em frente à Câmara com a presença de 150 pessoas e a colocação de cruzes brancas simbolizando cada morte.
Discretos
Pouco antes, mais cedo, a Secretaria de Educação que fica ali na mesma praça, fez uma homenagem também, mas apenas atrás do gradil que separada o prédio da calçada. E não houve menção, de forma direta, a menina Evelyn, de 11 anos, que morreu soterrada em uma escola. Já a prefeitura convocou um minuto de silêncio, às 17h e fez uma projeção, no Obelisco, com o nome das vítimas.
Eu, hein!
Por incrível que pareça ainda continua a polêmica sobre a quem pertencem as roupas (usadas) doadas para vítimas das chuvas e ‘armazenadas’ em pilhas em alguns pontos como o Alto da Serra. Mandaram aqui para a gente que vídeos com carros da Defesa Civil de Belford Roxo descarregando donativos, entre eles, roupas. Mas, gente… continua sendo discussão de 5ª série. Não interessa quem mandou. Chegou, guarda e distribui direito.
Mosela
O governo do Estado lá no ano passado havia anunciado 340 novas moradias populares na cidade. Já viu que é insuficiente. Refazendo as contas, com quanto poderemos contar? E essas moradias incluem o terreno na Mosela chamado de Carrapatão usado pela comunidade como campo de futebol?
Fazendo falta
Além de Leandro Azevedo que deu uma sumida nesta tragédia, pediram aqui para a gente perguntar: e cadê o 16º vereador desta legislatura, Márcio Arruda?
Pé na cova
O INSS divulgou que os aposentados de Petrópolis e das cidades de Canapi (AL) e Teresina de Goiás (GO) também atingidas pelas chuvas, poderão optar por um empréstimo no valor de uma aposentadoria mensal e pagar em até 36 vezes. Mas só vale para quem é ‘menor’ de 80 anos. Quem passou desta idade, como um leitor aqui da coluna, reclama que o banco não empresta por não ter garantia de ser ressarcido. “Dizem que passei da idade. Sou um aposentado de segunda classe, mais conhecido como pé na cova’”, diz esse segurado. Quem sabe algum deputado aqui consiga reverter, né?
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