Crise no Estado do Rio ameaça funcionamento da Uerj
A crise econômica que o Estado do Rio de Janeiro enfrenta está colocando em risco o funcionamento da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Há uma semana, a reitoria da instituição ameaça a fechar as portas caso a situação referente a custeio da universidade e dos salários dos servidores não seja resolvida. A unidade de ensino encontra-se paralisada. As aulas que deveriam ter sido retomadas ontem, foram adiadas para o próximo dia 23. Em Petrópolis, além desse quadro de atraso de salários dos colaboradores, a instituição enfrenta outro problema: o imóvel onde as aulas são dadas, na Avenida Barão do Rio Branco, é alvo de ações civis públicas que garantem que o espaço tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), não oferece segurança, do ponto de vista estrutural, para os estudantes.
Em uma carta encaminhada ao Presidente da República Michel Temer e ao governador Luiz Fernando Pezão, a universidade afirma enfrentar uma crise profunda e sem precedentes, agravada desde o fim de 2015, quando o governo passou a submeter a unidade a um progressivo abandono. “A degradação tornou-se pública em fins de 2016, com a propalada falência do estado do Rio de Janeiro, que resultou na falta de pagamento do custeio da Universidade e dos salários de seus servidores. Submetida a condições inaceitáveis, a UERJ encontra-se paralisada”, diz a carta.
De acordo com o coordenador do campus em Petrópolis, Freddy Van Camp, ainda não há definição sobre a volta das aulas na cidade, onde a universidade oferece o curso de arquitetura para 50 alunos, divididos nos turnos da manhã e da noite. Ao todo, conta com 14 professores e cerca de 7 funcionários, além dos terceirizados que atuam nas áreas de segurança e limpeza. A situação é ainda mais grave, considerando que outro vestibular para a unidade já está em andamento e os alunos devem ingressar em agosto de 2017.
Em outubro do ano passado, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) requerendo que as aulas fossem suspensas no campus UERJ-Petrópolis. Na ocasião, o órgão pediu para que os alunos fossem transferidos para outro imóvel, porque a casa não oferecia condições estruturais que garantissem a segurança dos alunos. O juiz da 4ª Vara Cível de Petrópolis, chegou a fazer uma avaliação no imóvel e também pediu para que as aulas fossem transferidas para outro local.
No fim do mandato o ex-prefeito Rubens Bomtempo oficializou a oferta de cessão da Casa Visconde de Mauá para o funcionamento do campus. Mas, segundo Freddy, esse processo de transferência ainda está em negociação com o atual governo municipal. Questionada, sobre o assunto e o impacto da crise na unidade de Petrópolis, a universidade informou que não vai se pronunciar.