Crise moral e ética e as eleições de 2018
A política brasileira nos últimos anos está mergulhada em uma degradação moral e ética sem precedentes. A crise institucional, os escândalos de corrupção e as egrégias personalidades sendo condenadas e presas, caracterizam o estado oprobrioso em que se encontra o cenário político brasileiro.
O rumo dado à reforma política trouxe a sensação de que ir às urnas em outubro não terá efeito algum além garantir as figuras de sempre suas cadeiras por mais um mandato, e esse clima de pouca mudança prática no cenário eleitoral se deu devido ao corporativismo inescrupuloso dos líderes de expressão do congresso nacional, que se utilizando da cláusula de barreira e da criação de um fundo público de mais de um bilhão de reais para financiamento de campanha, deram as condições para se perpetuarem no poder. O que não é por acaso, pois, parte considerável dos parlamentares responde a inquérito junto ao STF ou são investigados pela PF na Operação Lava Jato.
Quando as eleições para o Palácio do Planalto são o assunto, o estado de coisas não muda muito, exceto a “expectativa” por parte da população em relação a uma possível candidatura do deputado federal Jair Messias Bolsonaro, que vem colecionando afetos e desafetos por suas posições em relação a temas polêmicos como homossexualismo, desarmamento e imigração, polarizando assim com os demais candidatos, por ser o único representante de uma direita conservadora brasileira.
O que dizer do (PT)? Sangrando em praça pública desde o processo de impeachment de Dilma Rousseff, deposita todas as suas esperanças para as eleições do final do ano no ex-presidente Lula, que com a confirmação em segunda instância de sua condenação, tenta a todo custo restabelecer sua imagem frente à população e ao mesmo tempo utilizar de todos os recursos cabíveis na justiça visando sua não inelegibilidade para a disputa pelo Palácio do Planalto.
Em se tratando do atual governo de Michael Temer, o brasileiro assiste uma briga entre o executivo e o judiciário, pois, todo esse imbróglio se dá em virtude da posse da Deputada Federal Cristiane Brasil PTB-RJ, que segundo a OAB não teria condição moral de assumir o cargo por já ter condenação trabalhista. Quando comparado esse fato com o do ministro britânico Michael Bates, que se demitiu após chegar dois minutos atrasados no parlamento, nota-se como ambos entendem a função pública. É de dar vergonha.
Logo, a crise moral e ética na política brasileira é endêmica e multipartidária, e na medida em que transcorre o tempo, tudo que é errado se torna certo e o brasileiro acaba que se acostumando com essa mentalidade decrépita. O Brasil como disse o Ministro Joaquim Barbosa “é o país dos conchavos” e isso fica cada vez mais claro na medida em que a história avança. A pergunta é: Existe um modo, um meio de se sair dessa crise moral e ética? Será que a imagem do brasileiro ficará marcada eternamente pela caricatura do “Zé Carioca”? Um povo corrupto, iletrado que só pensa em carnaval, praia e futebol?