O Sindicato dos Rodoviários denunciou, mais uma vez, o atraso dos salários dos profissionais que atuam nas empresas de transporte público de Petrópolis. Nesta semana, o presidente da entidade informou que exigiu a regularização dos pagamentos da categoria em até 24 horas. Não é descartado também um pedido de ajuda ao novo governo municipal.
Em 2024, a gestão de Rubens Bomtempo encerrou o mandato com uma dívida com as empresas em relação ao vale-educação, que paga as gratuidades de estudantes da rede pública e consta na planilha de cálculo da tarifa. A reportagem apurou que o valor devido, entre setembro a novembro, pode somar R$ 5,4 milhões e chegar a R$ 7,2 milhões sem os repasses de dezembro.
“É inviável que um sistema tão essencial como o transporte público, diretamente ligado ao direito de ir e vir da população, funcione de forma precária, com empresas que sequer conseguem manter os salários dos trabalhadores em dia. Os trabalhadores da empresa Turp, são os que mais vem sofrendo com os atrasos”, destacou o presidente do SindRodoviários, Glauco da Costa.
Em dezembro, as empresas chegaram a pegar empréstimo para quitar o 13º salário da categoria. No entanto, foi necessário utilizar o crédito antes, já para regularizar a folha de pagamento. Além disso, o ano também contou com paralisações e avisos de greve.
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“Quando os salários atrasam, os trabalhadores não conseguem pagar aluguel, comprar alimentos ou honrar compromissos básicos. Isso gera uma carga emocional insustentável, afastando muitos de seus postos de trabalho”, reforçou o presidente.
Procurado, o Setranspetro informou que as empresas efetuaram o pagamento da grande maioria dos rodoviários. Os salários que ainda não foram efetivados, estão sendo priorizados, à medida que for registrada a entrada de arrecadação diariamente, segundo a nota.
“As empresas Cidade Real, Cidade das Hortênsias e Turp Transporte seguem com desequilíbrio no fluxo de caixa, provocados, principalmente, pelo investimento em frota e pela interrupção que aconteceu, desde setembro de 2024, no pagamento do subsídio do Vale-Educação”, informou a nota.
A atual gestão da Prefeitura informou que, de acordo com o decreto 01 de 2025 publicado em 2 de janeiro, está realizando um levantamento completo de todos os processos de pagamento da gestão anterior. A medida, segundo o governo, visa analisar a legalidade e regularidade dos repasses e pagamentos realizados na última gestão.
A equipe de Rubens Bomtempo disse à reportagem que as medidas de reestruturação do transporte público, com a saída das empresas Petro Ita e Cascatinha, “resultaram em aumento do número de passageiros, que voltaram a confiar no sistema – e, portanto, aumento da receita. Além disso, auditoria realizada pela CPTrans mostrou que os valores pagos até dezembro cobriram o valor das gratuidades”.
A nota finaliza destacando que “a política pública do Vale-Educação foi criada em 2021, durante gestão interina, e esse dispositivo não pode ser utilizado para pagamento de salários, e sim para melhorias na qualidade do sistema”.
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