• Crazy Park: MPRJ aponta rachaduras e problemas na sustentação dos brinquedos

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  • 06/maio 18:12
    Por Wellington Daniel | Foto: Reprodução

    O Ministério Público do Rio de Janeiro informou à Justiça, nessa segunda-feira (05), que o Grupo de Apoio aos Promotores (GAP) encontrou rachaduras no brinquedo Barca Viking e problemas nas colunas de sustentação de outros equipamentos do Crazy Park, instalado no Parque Municipal Prefeito Paulo Rattes, em Itaipava. A vistoria foi feita no sábado (03), com apoio do Corpo de Bombeiros — mas o auto de interdição da corporação não mencionou essas irregularidades. Na madrugada do mesmo dia, um jovem de 19 anos morreu após um acidente no brinquedo Expresso do Amor, e outras duas pessoas ficaram feridas.

    As informações constam em uma ação civil pública da 2ª Promotoria de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis. O Ministério Público pede a suspensão das atividades da empresa em Petrópolis ou em qualquer outro local até o julgamento final da ação, além da proibição de desmontagem ou remoção dos equipamentos sem autorização da Justiça e da indisponibilidade dos bens da empresa e do sócio, para garantir possíveis indenizações.

    Local já havia sido higienizado na tarde de sábado

    O MPRJ afirma que um agente do GAP esteve no Crazy Park às 16h30 de sábado e verificou que “já haviam realizado toda a higienização do brinquedo” envolvido no acidente que causou a morte de João Victor Souza Trindade da Silva, de 19 anos. Este fato, para a promotoria, “levanta a suspeita de alteração de local”. O capitão do Corpo de Bombeiros responsável pela vistoria só teria chegado ao local às 18h30.

    A promotoria também afirma que o capitão constatou, junto ao GAP, alterações que não foram informadas no ofício encaminhado pelo 15º Grupamento de Bombeiros Militar a outras autoridades, como o MPRJ e a Polícia Civil. A reportagem teve acesso ao auto de interdição, e as informações apontadas pelo Ministério Público não constam no documento.

    As irregularidades listadas pelo MP incluem: inadequação das colunas de sustentação dos brinquedos, “visto que a maioria das colunas estão sustentadas e apoiadas em cavalete, não previsto tecnicamente”; rachaduras no brinquedo Barca Viking; e ausência de isolamento de proteção adequado no brinquedo Crazy, com um vão de aproximadamente um metro entre a plataforma e o painel do brinquedo, “o que pode ocasionar quedas”.

    No auto de interdição e no ofício enviado ao MPRJ, o Corpo de Bombeiros relata que o número de extintores estava abaixo do exigido, os geradores não estavam cercados e havia pontos com fiação elétrica exposta.

    “Anote-se que, apesar do averiguado na inspeção realizada, fato é que o demandado possui autorização de funcionamento emitida pelo CBM, sendo que esse fato será objeto de apuração no procedimento instaurado pelo MP. Também será objeto de análise o procedimento de licenciamento da atividade por parte do Município, que, aliás, noticiou a ‘cassação’ do alvará de funcionamento do réu após o acidente fatal”, apontou a promotora de Justiça, Vanessa Katz.

    Leia também: MPRJ instaura inquérito civil após morte de jovem em parque de diversões, em Itaipava

    O que dizem os citados

    Em resposta aos apontamentos do auto de interdição, o Crazy Park informou, por meio de sua equipe jurídica, que, no caso do gerador, a situação ocorreu porque as grades foram colocadas para isolar o local do acidente. Com isso, alguns fios acabaram ficando expostos. Em relação aos extintores, o número aprovado seria 16, mas foram encontrados apenas 12. Segundo o parque, os quatro extintores faltantes podem ter sido furtados durante o tumulto causado pelo acidente.

    Sobre os novos apontamentos do MPRJ, o parque afirmou que ainda não foi intimado. A empresa disse que está solicitando uma audiência com a representante do Ministério Público em Petrópolis para prestar esclarecimentos e reafirmou que está à disposição das autoridades.

    O Corpo de Bombeiros e a Prefeitura de Petrópolis não responderam até a última atualização.

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