• CPTrans vai recontratar ‘verdinhos’ do emergencial por meio de recibo autônomo para trabalhar na Bauernfest

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  • Contratação emergencial era justificada pelo estado de calamidade, agora, CPTrans alega demanda pela realização da festa

    16/08/2022 17:53
    Por Redação/ Tribuna de Petrópolis

    Na manhã desta terça-feira, após o novo diretor-presidente da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), Fernando Badia, dizer que vai contratar 39 operadores de trânsito para trabalhar durante a Bauernfest, interessados nas vagas foram até à Companhia em busca de mais informações e deram com a cara na porta. No local, os funcionários disseram que não havia informações sobre contratações. Após questionamento da Tribuna, a Companhia disse que vai recontratar os profissionais que trabalhavam para a Via Rio – empresa que está sendo investigada pelo Ministério Público e Polícia Civil – por meio de recibo de pagamento autônomo (RPA).

    Em material enviado à imprensa nesta segunda (15), o diretor-presidente disse que o contrato com a Via Rio não será renovado, mas devido à Festa do Colono Alemão é necessária mais mão de obra no trânsito.  “O contrato com a Via Rio terminou e não será renovado. Como estamos em meio a Bauernfest, que gera uma grande demanda no tráfego da cidade, vamos contratar, a partir de terça-feira, os controladores de trânsito por meio do Regime de Pagamento Autônomo, garantindo o apoio ao trânsito durante o evento”, disse Badia.

    Mas cabe ressaltar que a contratação de mais controladores de trânsito para operar na cidade foi feita emergencialmente sendo justificada pelo estado de calamidade pública que a cidade enfrenta desde fevereiro deste ano, e não em razão da festa do colono alemão como a CPTrans justifica agora. A Companhia disse à Tribuna que “com o fim do contrato com a Via Rio, a intenção é recontratar os profissionais por meio de RPA no período da Bauernfest, até o dia 28 de agosto”.

    Em 2019, a Justiça proibiu as secretarias de Educação e de Assistência Social a fazerem contratação por RPA, a justificativa era de que os tais cargos são uma brecha para o favorecimento pessoal ou político na contratação de cargos públicos. A justificativa é o mesmo caso que é apontado na investigação conduzida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e Polícia Civil, na Operação Clean, que apura se houve favorecimento pessoal ou político ao diretor-presidente afastado Jamil Sabrá na contratação de 40 cargos para a CPTrans. 

    Operação Clean: ‘Pix da CPTrans’: investigação aponta que empregada da casa de Jamil era paga por terceirizada

    Nesta segunda-feira, o prefeito Rubens Bomtempo determinou que seja aberta uma sindicância para apurar os contratos de prestação de serviços de apoio ao trânsito. De acordo com a Prefeitura, a comissão, formada por servidores concursados, vai investigar as contratações feitas pela Companhia e as empresas prestadoras de serviço em apoio ao trânsito. A relação será entregue ao Conselho Administrativo da CPTrans. 

    Um dos responsáveis pela apuração dos contratos tem ligação com a família Sabrá

    Como mostrou a coluna Les Partisans, desta terça-feira, um dos membros do Conselho Administrativo da CPTrans é Bernardo Santoro, presidente do Instituto Metrópole, do Governo do Estado. Santoro é presidente do PSC, partido pelo qual Jamil Sabrá disputou a eleição para prefeito em 2020. 

    Leia também: Irmão de Jamil é um dos investigados na operação que apura superfaturamento na CPTrans

    Além disso, Bernardo Sabrá, irmão do Jamil,  que é um dos investigados no esquema, foi exonerado do cargo de assessor executivo do Instituto Metrópole, na última sexta-feira, após deflagrada a Operação Clean. A exoneração foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado no mesmo dia. 

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