
CPTrans tem dilema entre testar novo modelo e o desgaste com usuários ao tentar criar transbordos
Como você leu ontem, nas páginas da Tribuna, a CPTrans está iniciando os estudos para troncalizar o sistema de transporte em duas regiões: Quarteirão Brasileiro e Araras. E o desafio não vai ser fácil. Por um lado, a Companhia de Trânsito quer fazer um experimento para tentar criar alternativas ao atual sistema, caro e ineficiente, e o próprio presidente da empresa, Luciano Moreira, tem sido franco ao dizer que, “se der errado, a gente volta atrás, mas pelo menos tentou”. Mas não vai ser nada fácil. As primeiras reuniões foram bem tensas e os moradores têm uma resistência grande à ideia. Não é para menos: hoje, quem mora na Rua Atílio Marotti, por exemplo, pega um ônibus na sua rua e vai direto para a Caldas Viana. Como explicar que ele vai descer a comunidade, ter que parar na Barão do Rio Branco para pegar uma linha do Terminal Corrêas ou Itaipava? É uma mudança grande em algo que mexe diretamente com o dia a dia do usuário, principalmente o que precisa do ônibus todo dia para ir e voltar do trabalho.
Empresas alegam maior eficiência, mas ideia não é popular entre usuários
O transporte público tem o desafio de equilibrar várias pontas, como a eficiência do sistema do ponto de vista das empresas e a atratividade ao consumidor. A “troncalização”, traduzindo em miúdos, é o que já acontece em Itamarati e Cascatinha, Corrêas, Itaipava e parte do Bingen: linhas alimentadoras circulam apenas nos bairros e as “troncais” – como as 600 e 700 – circulam pelo corredor. O Setranspetro alega que tem mais eficiência com a mudança porque os veículos rodam menos e, em tese, podem oferecer mais viagens das comunidades até o corredor, aumentando a oferta. Mas esse sistema, em muitos casos, não enche os olhos do usuário, ainda mais sem uma estrutura um pouco maior na espera pela baldeação. A troca de um ônibus por outro no meio do caminho não é uma ideia tão “popular” pois, aos olhos do usuário, gera um aumento no tempo de viagem (que, para um terço dos petropolitanos já chega a até uma hora de espera). Com isso, muita gente opta por alternativas como carros e motos (perigosamente mais rápidas e até mais baratas que os ônibus) por aplicativos. E quem pode pagar um pouquinho a mais financia um carro ou uma moto e arca com o ônus, mesmo gastando um pouco mais, para ter um certo conforto. É uma das contas difíceis de fechar em Petrópolis.
Devagar, devagarinho
Partisans que se debruçaram sobre o relatório da CPTrans com relação à operação da Turp, enviado à 4ª Vara Cível, perceberam que a empresa até tem, de fato, apresentado alguma evolução em pontos específicos, como a manutenção da frota. Mas tudo é muito lento. O número de viagens efetivamente realizadas, por exemplo, cresceu só 1% em setembro na comparação com o mês passado. É muito pouco perto da expectativa e exigência dos usuários.
Olha a Benedita aí, gente!
E a Tribuna FM foi o palco da grande revelação da política no estado nessa sexta-feira: a deputada federal Benedita da Silva, pré-candidata a senadora pelo PT, disse que garantiu o apoio de Neguinho da Beija-Flor, que chegou a ser testado pelo presidente estadual do partido, Washington Quaquá.
Deu o papo
Perguntada pelo editor da Tribuna, Victor Carneiro, sobre a possível candidatura do sambista, Bené lembrou que Neguinho fez quase todos os seus jingles, que eles são amigos de longa data e que, assim que surgiu a notícia, ele ligou para a deputada já saudando: “alô, minha senadora!”. E disse não querer saber de política.
Subiu no telhado?
Partisans tão achando estranho. Wesley Barreto era tido como certo na Secretaria de Assistência Social e o boato ganhou muita força no fim da semana passada. Mas o D.O. tá aí, a nomeação não saiu até agora, o Bicho de Pau está com o terno guardado e passado só esperando pra ser convocado e Hingo Hammes está até gravando vídeo com a (ainda) secretária Adriana Kreischer. Será que é uma repetição de Aloísio Barbosa, que quase assumiu a Saúde, mas não chegou aos finalmente?
Quem tem fome, tem pressa
A secretária de Assistência Social, aliás, ligou o turbo com a obra (iniciada e parada na gestão Bomtempo) da implantação do Banco de Alimentos, ao lado do abrigão da Floriano Peixoto. Foram autorizadas licitação para fornecimento de equipamentos de utilidade e eletrodoméstico, além do fornecimento de equipamentos industriais de cozinha, refrigeração e extintores de incêndio.
Agora vai!
Agora o nosso coração tá cheio de esperança. O deputado estadual Serginho Fernandes entrou no circuito pra resolver a parada do ICMS “a mais” e tentar tirar Petrópolis da penúria financeira. Segundo material enviado pela assessoria à imprensa, Serginho se reuniu com o secretário estadual de Fazenda e pediu pra ele dar uma ajudinha pra Petrópolis e para o prefeito Igor Ram… opa, quer dizer, Hingo Hammes. Agora é esperar, rezar e torcer.
Barulho
A gente tá cornetando, mas numa coisa Serginho tem razão: porque a classe política até agora não fez um “barulho” um pouco maior, publicamente, junto ao Governo do Estado para tentar mudar o Manual Instrutivo, peça-chave para o retorno do ICMS “a mais”? Tentar articular só na miúda, até agora, não deu resultado e a briga é dura: como a gente viu na questão judicializada a partir de 2022, tem mais de 80 municípios prontos pra guerra.

Contagem
Estamos há 2 anos, 5 meses e 4 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br.