
CPTrans quer tirar Riocard e implantar novo sistema em três meses: vai dar tempo?
Uma das principais medidas previstas no Plano de Contingência para o transporte público, o controle da bilhetagem eletrônica deve passar para as mãos da Prefeitura até o fim deste ano. Pelo menos é o que prevê o documento elaborado pela CPTrans. Na prática, para o usuário, sai o Riocard e entra outro sistema. Todos os dados vão direto para a Prefeitura, que vai ter o controle de quantas pessoas utilizam o sistema, quantas são beneficiadas pela gratuidade. Trocando em miúdos: “abrir a caixa-preta” já que, hoje, o controle de toda a arrecadação está com as próprias empresas. Foi o que aconteceu no Rio, com a troca do Riocard pelo Jaé. E é aí que Partisans ficam preocupados: vai dar tempo de fazer tudo em pouco menos de três meses? Isso porque são várias as etapas: finalizar toda a parte burocrática (que envolve a licitação de uma empresa para operar o sistema), trocar e instalar os validadores em todos os ônibus, fazer uma ampla campanha para divulgar a mudança e fazer com que todos os usuários troquem seus cartões pelos novos… É uma operação complexa, ainda mais se levar em conta que o transporte é um tema sensível demais.
No Rio, mudança completou um mês com problemas e após briga judicial
Mudar o sistema de bilhetagem eletrônica não está sendo fácil na capital do Estado. Na cidade do Rio, a troca do Riocard pelo Jaé foi recheada de polêmica e confusão. O contrato com o consórcio que opera o Jaé foi feito em dezembro de 2022. O processo passou por várias batalhas judiciais e, depois, a transição foi arrastada e polêmica, com adiamentos constantes no início da nova operação. Em agosto, finalmente o Jaé começou a funcionar, mas ainda há algumas falhas a serem corrigidas, como problemas na recarga. Em Nova Friburgo, a transição do Riocard para o “Partiu” também precisou ser adiada, apesar de a distribuição já ter começado, também para ajustes operacionais, e a o Riocard continuará sendo aceito até outubro. Vale notar, porém, que esse movimento de retirar o controle sobre a bilhetagem das empresas, que é válido, tem sido cada vez mais adotado. Mas vale o reparo: é um um processo que não se faz a toque de caixa.
Caldeirão
Tem ficado cada vez mais tenso o clima entre representantes da Prefeitura e da Justiça nas audiências realizadas na 4ª Vara Cível. Ontem, no encontro marcado para tratar do Sehac, o juiz Jorge Martins e o secretário de Fazenda, Fábio Júnior, se estranharam. O titular da área financeira da Prefeitura chegou atrasado, o Doutor Jorge achou que isso foi um desrespeito e, segundo testemunhas, o convidou a se retirar da reunião.
Governando para todos
A crise financeira, obviamente, entrou na pauta, mas o discurso da Prefeitura recebeu uma reação muito dura da representante do MP, Vanessa Katz: “clamo, como promotora e cidadã, uma proposta estruturante mais ampla. Ficaremos aqui fazendo uma audiência por dia para resolver os problemas do município?”
Absolute cinema
Foi cinematográfica a invasão ao Centro Administrativo. Quem viu as imagens dizem que a ação dos criminosos é de fazer inveja a filme de ação. Foram levados pelo menos três notebooks e um drone. E tá mais do que claro que não foi um caso comum. Eles estavam em busca de alguma informação, algum documento…
Informatização
É bom ficar atento à investigação. A princípio, foram levados um drone e três notebooks, mas muitos documentos foram revirados e muito papel, digamos, importante pode ter sido perdido. Até por isso, seria bom a Prefeitura dar uma acelerada no processo de informatização da máquina pública. Isso não evita ação criminosa, mas o risco diminui.
Dança das cadeiras
Como Partisans anteciparam, não deu para a ex-secretária de Educação, Ana Carolina Kapler: pressionada pelo turbilhão de problemas que envolvem a pasta, ela pediu desligamento e foi substituída por Poliana Ferrarez. E Hingo acabou aproveitando para finalmente nomear o secretário de Habitação, Guilherme Moreira, que assume com a promessa de que a pasta terá uma gorda atenção do governo municipal. Tudo com a maior discrição: publicação, só no Diário Oficial.
Torcida frustrada
Falando em MP, em reunião recente com a prefeitura, a promotora Vanessa Katz cobrou em tom de brincadeira, mas com aquele fundo de verdade, o fato de Ana Carolina Kapler não ter sido efetivada. Mas a própria ex-secretária estava apenas de forma interina e nunca foi muito “fã” da ideia de seguir na pasta de forma permanente, não.

Contagem
Estamos há 2 anos, 3 meses e 29 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br.