• CPTrans autoriza e empresas de ônibus vendem 35 veículos

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  • 04/05/2022 08:20
    Por João Vitor Brum

    Os usuários do transporte público de Petrópolis reclamam constantemente sobre a lotação dos veículos, linhas atrasadas e do estado de conservação dos ônibus, em especial após o retorno pleno das atividades econômicas depois do pico da pandemia e, nas últimas semanas, à medida que a cidade começou a ser reconstruída depois das chuvas. Mesmo com a crescente demanda, pelo menos 35 ônibus foram vendidos pelas empresas em outubro do ano passado, com autorização da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes – CPTrans, e ainda não foram repostos, o que explica parte da insuficiência do sistema de transporte da cidade. 

    De acordo com a CPTrans, a autorização de redução de 10% da frota total das operadoras aconteceu no dia 4 de outubro de 2021, e, na prática, significou a venda dos veículos, que ainda não foram recompostos ao sistema.  

    Do outro lado, o Setranspetro explica que a venda dos veículos aconteceu devido à queda abrupta na demanda de passageiros e a profunda crise econômica e financeira que atingiu o transporte público. Ainda segundo as empresas, o valor referente à venda dos 35 ônibus foi investido para manter a operação dos ônibus, com a compra de óleo diesel, peças, pneus e pagamento dos rodoviários. 

    Já no dia 10 de março deste ano, ainda sem a reposição dos veículos, um ofício foi enviado pela CPTrans às empresas para que as frotas fossem retomadas com 100% das frotas, com horários e linhas restabelecidos em todos os bairros – mesmo com diversas ruas ainda interditadas naquele momento. Segundo a Prefeitura, o ofício foi motivado pela normalização de todas as atividades da cidade, como comércio, escolas, indústrias e empresas, e que, por isso, já não havia motivo para a oferta não voltar a funcionar em sua plenitude. A Tribuna perguntou à CPTrans no que resultou os ofícios enviados às empresas, mas a Companhia não respondeu. 

    No entanto, ainda há linhas suspensas ou com a operação parcial. O sindicato das empresas garante que nenhuma região deixou de ser atendida e que a maioria das linhas já opera com 100% da frota, enquanto outras têm média de 84,6%, mas sem um quantitativo exato de linhas restabelecidas parcial ou plenamente.  

    De acordo com o Setranspetro, cinco linhas permanecem com o atendimento totalmente suspenso, por conta de interdições viárias. São elas: 204 – Valparaíso, 423 – Espírito Santo, 444 – Rua Nova, 316 – Floresta (Via Francisco Scali) e 317 – Gregório Cruzick. Outras cinco linhas estão operando, porém, com alterações no itinerário: 209 – Valparaíso (Via Doutor Thouzet), 211 – Valparaíso (Via Gonçalves Dias), 425 – Venezuela, 429/455 – Lagoinha e 517 – Comunidade do Ventura. 

    Sobre a compra de novos veículos após a venda de outubro, o Setranspetro informou que a renovação da frota em todas as empresas de ônibus começou a acontecer de forma mais intensa em 2019, sendo afetada pelo surgimento da pandemia, que consequentemente impediu parte do planejamento de renovação.  Ainda assim, as empresas informaram que adquiriram um total de 65 ônibus zero quilômetro entre 2019 e 2021, totalmente equipados com as últimas tecnologias do mercado. 

    Sem novidades sobre a licitação da empresa que substituirá a Cascatinha 

    Com cada vez menos tempo para que uma nova empresa assuma as linhas da Viação Cascatinha, ainda não há novidades sobre o processo de licitação que irá definir a nova operadora. Em março, a Defensoria Pública pediu informações sobre o processo, mas a Prefeitura não se pronunciou sobre o recebimento da recomendação. 

    No dia 20 de abril, foi divulgado pela Prefeitura que a licitação acontece ainda neste ano, porém vale ressaltar que o prazo para que o processo licitatório seja concluído termina em setembro, de acordo com a determinação do Tribunal de Contas do Estado publicada no último ano. A Cascatinha opera 30 linhas nos primeiro e segundo distritos. 

    Uma Comissão de Licitação do Transporte Público da CPTrans está responsável pela elaboração do Termo de Referência e do edital da licitação, que deverá conter, entre outros pontos, o modelo da concorrência pública e a quantidade de linhas que deverão ser operadas. Questionada novamente sobre a data da licitação e a recomendação da Defensoria, a Prefeitura não se pronunciou. 

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