• Covid-19: pacientes com doenças pulmonares devem redobrar os cuidados durante o inverno

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  • 12/07/2021 10:01
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis

    A queda na temperatura, imposta pela chegada das estações frias, aumenta os riscos de transmissão de doenças respiratórias, como a covid-19, o que gera certa preocupação em relação a um possível agravamento do atual cenário pandêmico. Por isso, os cuidados recomendados para prevenir a transmissão do novo coronavírus devem ser redobrados neste período do ano, principalmente se levarmos em conta, que a ocupação de leitos covid-19 para adultos ainda segue em alta no país.

    O desenvolvimento de quadros agudos de doenças respiratórias nesta estação é uma consequência do impacto do frio nos pulmões, além de outros hábitos sociais associados ao inverno que também contribuem para o fenômeno. De acordo com o médico Jorge Luiz Barilo, responsável pela Cirurgia Torácica no Hospital Santa Teresa, diversos fatores se aliam à queda na temperatura quando o assunto é a suscetibilidade frente às infecções respiratórias neste período do ano.

    “A temperatura baixa do ar inalado, assim como alterações da umidade relativa do ar, mudanças dos hábitos alimentares (redução da hidratação) e aumento do espessamento de secreções podem aumentar a vulnerabilidade frente a complicações desta natureza”, adiciona o médico.

    O especialista também aponta que, nesta época, surge uma tendência para se proteger da baixa temperatura com fechamento das janelas e portas, o que acaba prejudicando a circulação do ar em lugares fechados. Além disso, há maior propensão para aglomerações em ambientes como o transporte público e escritórios, que facilitam a transmissão de vírus e bactérias.

    Entre as doenças respiratórias de maior incidência e agravamento nesta estação estão a gripe, resfriado, asma, sinusite, rinite alérgica, bronquite crônica e pneumonias. Vale notar que a covid-19 pode ser confundida com outras infecções virais (gripes e resfriados), principalmente em sua fase inicial e, por isso, no caso do surgimento de sintomas associados, o agendamento de uma consulta médica é essencial para obter um diagnóstico preciso. Além disso, é importante ressaltar que determinadas patologias pulmonares podem levar a uma maior suscetibilidade frente à COVID-19, reforçando a atenção aos cuidados sanitários.

    “Isto ocorre porque a incidência de descompensações destas vulnerabilidades do sistema respiratório são muito mais frequentes no frio. As complicações da covid podem aumentar devido à própria natureza da infecção, que prioriza o acometimento dos pulmões”, completa.

    Caso não tratadas e monitoradas adequadamente, complicações simples podem evoluir para quadros graves que oferecem risco em longo prazo na qualidade de vida dos pacientes. O especialista aponta que o acometimento por infecções virais e bacterianas, por exemplo, pode levar ao desenvolvimento de crises de asma e ao agravamento dos processos alérgicos das vias aéreas altas.

    “Os ácaros, cuja proliferação é potencializada no inverno, são o principal fator desencadeante de alergias, além de contribuir para o surgimento de outras complicações respiratórias. Estas condições menos complexas podem levar à descompensação de doenças bronco-pulmonares como doença obstrutiva crônica pulmonar, enfisema pulmonar difuso, bronquites, entre outras”, explica.

    Por isso, negligenciar sinais que indicam a presença de enfermidades como gripe, resfriado e alergias pode ser extremamente perigoso.

    Para aqueles que buscam evitar as complicações respiratórias nesta época do ano, existem diversas ações preventivas que podem ser incorporadas ao cotidiano. As principais indicações envolvem manter uma boa ventilação nos ambientes frequentados, reforçar a higiene das mãos, assegurar um bom nível de hidratação ao longo do dia.

    “Além disso, é essencial manter o calendário de vacinação em dia, uma das práticas mais eficazes de prevenção. Bons hábitos alimentares, acompanhados da prática regular de atividades físicas, também são importantes na prevenção e redução da gravidade da doença associada ao novo coronavírus”, finaliza o médico.

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