Corretores já veem queda na venda de imóveis em Petrópolis após duas tragédias consecutivas
Por insegurança, medo e instabilidade, dezenas de famílias têm optado por alugar imóveis ao invés de comprar. Além disso, a região de maior procura são as mais distantes do Centro da cidade. Petrópolis que se mostrava um refúgio para o isolamento de veranistas durante a pandemia, está sendo procurada por famílias com perfis diferentes, o imóvel próprio já não é mais a primeira opção.
Segundo a corretora de imóveis, Irene Medeiros, desde o segundo semestre de 2019 até 2021, Petrópolis foi uma das cidades mais procuradas para compra e aluguel. “A pandemia trouxe para a cidade um aquecimento no mercado imobiliário porque as pessoas estavam voltadas em procurar casas em locais arborizados, com qualidade de vida para fazerem o seu home office e viverem. Muitas pessoas, de outras cidades, vieram para Petrópolis buscando qualidade de vida”, afirma.
No entanto, as tragédias consecutivas fizeram com que o município sofresse uma queda na procura por compra de imóveis. “Tenho percebido que, ao invés das pessoas comprarem seu imóvel, elas estão procurando locação para avaliar se aquele lugar é seguro e se vão se adequar ali. Aliada à procura pelos aluguéis sociais, a locação está muito aquecida no mercado hoje”, conclui.
Procura por imóveis em outras regiões de Petrópolis
Atualmente, a procura nas imobiliárias tem sido maior para as regiões de Itaipava, Nogueiras e Corrêas, locais que foram pouco atingidos pelas tragédias em Petrópolis. Segundo a corretora, as pessoas procuram lugares mais quentes e seguros, com menos chance de barreiras ou alagamentos.
Aluguéis de salas comerciais
Nos lugares mais atingidos pelas chuvas de fevereiro e março, como Rua Coronel Veiga, Washington Luiz, e a própria Rua do Imperador, lojistas estão passando o ponto ou deixaram os imóveis. Duas enchentes consecutivas contribuíram para o fechamento dos negócios, que já vinham sendo prejudicados após dois anos de pandemia.
Embora muitos empreendedores estejam enfrentando dificuldades em manter seu negócio na cidade, alguns ainda estão resistindo e conseguindo seguir em frente e tentando alternativas junto aos locadores para que não precisem fechar as portas.
Segundo Irene, houve solicitações de descontos no aluguel. Tanto os proprietários dos pontos comerciais quanto as administradoras flexibilizaram os pagamentos para que os comerciantes conseguissem se reerguer.