• Correios confirmam o fechamento de agências no Alto da Serra e na Posse

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  • 20/05/2017 09:35

    Petrópolis vai perder pelo menos duas agências dos Correios neste ano: as unidades localizadas na Rua Teresa e no distrito da Posse serão fechadas até dezembro. A informação, confirmada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos antecipa um problema que pode ser ainda maior, já que o secretário do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do interior do Estado-RJ, (Sintect), Leonidas da Silva, diz que as agências de Pedro do Rio e Cascatinha também podem ter as atividades encerradas. Se confirmada, a medida afetará diretamente mais de 40 mil petropolitanos. Segundo informações do sindicato, pelo menos 250 agências deverão ser fechadas no país, sendo cinco na Região Serrana do Estado do Rio. 

    Segundo os Correios, a empresa passa por dificuldades financeiras, tendo apresentado, por dois anos consecutivos, prejuízos que somam aproximadamente R$ 4 bilhões. Portanto, a medida teria como objetivo recuperar o equilíbrio financeiro. O problema é que, embora a empresa cite, na justificativa para fechar as agências da Rua Teresa e da Posse, “a reestruturação e otimização dos serviços prestados à sociedade, zelando pela sustentabilidade dos negócios da estatal”, o que não faltam, por toda a cidade, são reclamações em relação aos atrasos na entrega de correspondências e até a não execução do serviço em determinados locais. 

    Leonidas da Silva, do Sintect, considera a situação grave. Ele diz que teve acesso à listagem de agências que serão fechadas e garante que, nela, há citação também das unidades de Pedro do Rio e Cascatinha. Esta última está fechada atualmente  devido a problemas estruturais no imóvel, mas os Correios não confirmam se a unidade encerrará definitivamente as atividades.  “Acredito que os Correios não mobilizarão esforços para retornar os atendimentos à população nesse endereço”, afirmou. 

    Por se tratar de um serviço essencial e que, ao longo dos anos, tem perdido qualidade, Leonidas classifica o cenário como desanimador. Ele lembra que, além de prejudicar quem precisa do serviço, a iniciativa deve gerar ainda mais insatisfação nos funcionários, que já trabalham sobrecarregados. Isso porque o deficit de carteiros e pessoal administrativo é de 45 pessoas atualmente. Em junho, segundo Leonidas, esse número pode ser ainda maior porque mais um processo de aposentadoria incentivada está para ser aberto. “Isso significa que no fim de junho a defasagem de funcionários nas agências dos Correios em Petrópolis pode chegar a 60 trabalhadores”, frisa. Apenas na Central de Distribuição Domiciliar de Itaipava (CDD) faltam 18 carteiros, já no de Petrópolis são 14, e no Centro de Encomendas e Entregas da Mosela, (CEE), 13. O último concurso público para contratação de novos funcionários foi realizado em 2011.

    Sintect quer ajuda de vereadores e da prefeitura

    “Não sabemos o que fazer. Tudo isso nos faz crer que o objetivo é fazer com que Correio seja privatizado. Enquanto isso, os trabalhadores sofrem e a população também. Vamos iniciar um trabalho de mobilização de vereadores e prefeitos das cidades da Região Serrana, para tentar impedir o fechamento dessas agências. Como vão ficar os moradores dos distritos da Posse e Pedro do Rio sem essas agências?” questionou Leonidas. 

    Os Correios também funcionam como banco postal nesses locais. Isso significa que, além não terem agências bancárias, os moradores ficarão sem os Correios, onde realizam o pagamento de contas e saques. Levando em conta ainda a distâncias dos distritos para os bairros que possuem esses serviços, a situação promete ser caótica segundo o secretário do Sintect. “É inimaginável tantas pessoas sem o serviço”, disse. 

    Fusão de agências ocorre em todo Brasil

    O projeto para fusão de agências dos Correios está sendo implementado em aproximadamente 250 unidades de todo o país, em municípios acima de 50 mil habitantes, nas cinco regiões do Brasil. Mas, segundo os Correios, nenhum município ficará sem atendimento. Trata-se, exclusivamente, de uma reorganização da distribuição das unidades, evitando-se a sobreposição de atividades e de custos.

    A implantação das mudanças está sendo gradual para minimizar os impactos aos clientes com as adequações. 

    Concurso público 

    Sobre a contratação de efetivo, os Correios informaram que realizam concurso público, em âmbito nacional, para o preenchimento de vagas na área de Segurança e Medicina do Trabalho. As vagas são para os seguintes cargos: Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho e Médico do Trabalho. Mais informações podem ser consultadas no site da organizadora do concurso.

    A respeito dos demais cargos, diante da reestruturação organizacional e da reorganização do processo produtivo, os Correios estão reavaliando todos os estudos relacionados ao quantitativo da força de trabalho em cada localidade do País. Somente após a conclusão desses estudos será possível dimensionar a real necessidade de efetivo para realização de um novo concurso público.

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