Corredor precisa de músculos… Idosos também
Corredores, principalmente idosos, não precisam necessariamente serem magros para correr bem. Precisam de músculos, que na terceira idade é bem fácil de perder. Um fato é perder gordura desnecessária, outra é perder massa muscular (sarcopenia) por causa de excessivos treinos extenuantes. Perda de músculo interfere no VO2 Máximo, porque músculo gera trabalho e gasta oxigênio.
Logo, menos músculos, menos potência aeróbia. As mitocôndrias, as nossas baterias de energia (ATP), estão na massa muscular e não na gordura, embora alguns estudos apontam presença de mitocôndrias também na gordura marrom. Logo, mais músculos, mais energia. Outro componente da aptidão física importante na qualidade de vida é a flexibilidade. Muitos estudos mostram que treinamento de força, por si só, também melhora essa valência física, Morton SK et al. (2011).
Muitos são os métodos na musculação aplicáveis a cada modalidade esportiva e a cada necessidade. Ao corredor, quase sempre sugiro o método alternado por segmento preferindo exercícios multiarticulares, com cargas relativamente pesadas, poucas repetições e poucas séries. O suficiente para manter e/ou aumentar a massa muscular.
Repito: ao corredor, principalmente idoso como eu, é mais importante não perder massa muscular do que ganhar. Acreditava-se, no passado, que idosos não podiam pegar pesado na musculação, como se fossem de “porcelana”, e que depois dos 70 anos não ganhavam massa muscular. Ledo engano. É só treinar direito que ganha, sim. Portanto, correr bem não basta só treinos de corrida. É preciso força, potência, flexibilidade e resistência. Em tempo: resistência a corrida já desenvolve.
**Literatura Sugerida: 1) FIATARONE, M.A.; et al. High-intensity strength training in nonagenarians. Effects on skeletal muscle. Journal of the American Medicai Association, (1990). 2) Morton SK, et al. Resistance training vs. static stretching: effects on flexibility and strength. J Strength (2011).