• Correção: Ibovespa faz ajuste após fechamento recorde, em linha com NY e de olho em commodities

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  • 20/ago 16:50
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    Por erro da assessoria de comunicação da One Investimentos, Matheus Falci foi creditado incorretamente no texto de Bolsa distribuído perto do fim da manhã desta terça-feira. Matheus Falci é sócio e assessor da One Investimentos, e não da Manchester Investimentos, como constou. Segue o texto ajustado.

    Após subir 0,30% e alcançar os 136.190,63 pontos, o Ibovespa mudou de direção e passou a operar na faixa dos 135 mil pontos. Ontem, fechou o pregão com alta de 1,36%, aos 135.777,98 pontos, renovando marca histórica de fechamento em pontuação.

    “Essa máxima histórica pode chamar para uma correção”, diz Matheus Falci, sócio e assessor da One Investimentos, para quem isso seria até saudável após o Índice Bovespa fechar em alta por oito pregões seguidos até quinta-feira passada.

    A valorização é atribuída principalmente ao exterior e a sinais de aumento do juro básico no Brasil, o que tende a atrair o investidor estrangeiro por causa do diferencial de juros que acaba por ficar atrativo, segundo analistas.

    “O recorde foi muito motivado pela melhora externa”, diz Victor Furtado, Head de alocação na W1 Capital, dadas as apostas de queda do juro americano em setembro. “Só não sabemos se será um corte de 0,25 ponto ou de 0,50 ponto porcentual”, completa, pontuando que uma volatilidade na sessão desta terça-feira não pode ser descartada

    Assim, os mercados ficam à espera do simpósio de Jackson Hole, que terá discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na sexta-feira. Espera-se que Fed possa se posicionar em relação a um recuo de meio ponto porcentual do juro básico dos EUA dado o cenário de pouso suave da economia americana que está sendo desenhado, cita Furtado.

    Após recentes altas, as bolsas norte-americanas operam com quedas moderadas. Já os rendimentos dos Treasuries cedem com mais força, em dia de agenda esvaziada de indicadores. São esperados discursos de dirigentes do Fed.

    No Brasil, a política monetária também segue no foco. Em evento do BTG Pactual, em São Paulo, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ressaltou que houve melhora no cenário externo, dada a expectativa de início de cortes de juros nos Estados Unidos. Voltou a repetir que se for necessário elevar a taxa Selic, o Comitê de Política Monetária (Copom) o fará.

    A despeito da pressão de elevação da Taxa Selic no mercado futuro recentemente e por parte de algumas instituições financeiras, Pesquisa do Projeções Broadcast aponta que a mediana do mercado continua a indicar Selic em 10,50% no fim de 2024, mas cresceu a expectativa de uma retomada do aperto monetário ainda este ano.

    “Se os juros subirem no Brasil, seria um movimento atípico”, pontua Falci, da Manchester Investimentos, completando que em outras partes do globo, caso dos Estados Unidos, por exemplo, o momento sugere queda das taxas básicas. “Isso seria um evento um pouco atípico a Selic subir simultaneamente a um corte nos EUA.”

    Apesar da alta de 1,21% do minério de ferro no fechamento em Dalian, as ações da Vale subiam apenas 0,25% perto das 11h30, enquanto as da Petrobras, recuavam mais de 1,00%, apesar de elevação nas cotações do petróleo no exterior. Contudo, os preços seguem aquém de US$ 80 por barril, o que pode ser desfavorável ao caixa da estatal e ser um gatilho para pressão de recuo nos preços dos combustíveis pela Petrobras. “O que pensando no próximo balanço não tende a ser bom não”, alerta o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

    Às 11h37, o Ibovespa caía 0,31%, aos 135.361,38 pontos.

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