Corinthians registra BO após notar sumiço de registros sobre controle de despesas
O Corinthians registrou um Boletim de Ocorrência, no sábado, após notar que documentos de controle de despesas foram subtraídos de dentro do clube. De acordo com nota divulgada pelo Conselho Deliberativo (CD), a suspeita é de que o fato teria ocorrido no dia 31 de maio, quando se instaurou grande confusão no Parque São Jorge por causa de invasão realizada pelo presidente afastado Augusto Melo. A informação foi divulgada inicialmente pela Gazeta Esportiva.
O desaparecimento dos documentos foi notado por causa dos ofícios recebidos pelo CD para apurar faturas que indicam gastos pessoais do ex-presidente Andrés Sanchez no cartão corporativo do clube. Ele admitiu ser o responsável por mais de R$ 9 mil em uma das faturas, referente ao período do Réveillon de 2020 para 2021, mas alega ter confundido o cartão do Corinthians com seu cartão pessoal e ressarciu o clube com correção.
“Por ocasião desses ofícios, Romeu Tuma Jr., presidente do CD, solicitou à Diretoria que preservasse todos os documentos correspondentes e de suporte dos últimos 7 (sete) anos quando, em resposta, foi informado de que houve subtração de documentos de controle de despesas de dentro do clube, durante incidente em 31 de maio, com o consequente registro do devido Boletim de Ocorrências sendo lavrado pela atual Diretoria. O CD permanece em contato com a presidência a respeito da extensão do furto e do avanço das investigações junto à Polícia Civil”, diz o comunicado do CD.
No texto, o órgão presidido por Romeu Tuma também afirma que os procedimentos necessários estão sendo devidamente tomados para apurar o caso de Andrés. Como ele é conselheiro vitalício, o estatuto prevê que os requerimentos sejam analisados pelo presidente do CD, no caso Tuma, antes de os enviar à Comissão de Ética do Conselho Deliberativo. Por fim, são avaliadas as evidências e ouvidos os envolvidos para a emissão de um parecer final da Ética ao Deliberativo, que tomará as medidas cabíveis.
“Vale destacar que no caso específico dos pedidos referentes à análise do uso do cartão de crédito corporativo por Andrés Sanchez, esta presidência do CD está analisando todos os pedidos para verificar a viabilidade de unificação em um só processo, evitando-se decisões contraditórias e buscando-se maior agilidade nas apurações – que deverão ser amplas para analisar também se houve imperícia na fiscalização. Não há nada que deixará de ser apurado, e teremos todas as garantias a fim de preservar a ordem, segurança jurídica e celeridade na questão”, conclui a nota.
O dirigente gastou R$ 9.416,00 no cartão do clube durante uma viagem a Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte, entre os dias 28 de dezembro de 2020 e 2 de janeiro de 2021, reta final de seu último mandato na presidência.
Ele admite os gastos e diz ter uma conta no banco Santander, assim como o clube, por isso a confusão sobre o cartão na hora de fazer os pagamentos. Também alega que deveria ter sido alertado na época pelo departamento financeiro corintiano. No sábado, 12, transferiu R$ 15 mil para ressarcir o clube.
A fatura do cartão de crédito corporativo foi vazada na rede social X, antigo Twitter, pelo perfil @Prmalaoficial, em junho. O ex-presidente alvinegro afirma que só teve a confirmação de que o documento divulgado na internet era autêntico na quinta-feira, 10.
Outras faturas, vazadas pelo mesmo perfil e cuja autenticidade não foi atestada pelo dirigente como a anterior, serão analisadas durante a apuração. Entre elas, há R$ 6,9 mil em gastos no arquipélago de Fernando de Noronha, em janeiro de 2020.