• Conviver com a ansiedade: especialistas dão dicas para enfrentá-la no dia a dia

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo, dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS)

    27/09/2022 16:23
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis


    A estimativa era que, antes da pandemia do coronavírus, o país tinha aproximadamente 9,3% da população ansiosa, o equivalente a cerca de 19,4 milhões.

    Com a pandemia, os períodos de luto e isolamento social, a situação só piorou. Conforme a OMS, somente no primeiro ano da pandemia, as taxas de depressão e ansiedade subiram 25%, o que fez a agência da ONU (Organização das Nações Unidas) pedir, neste ano, aos governos que se atentem à saúde mental da população.

    A psicóloga e docente do curso de Psicologia da Estácio, Ana Carolina H. Ermisdorff esclarece que a ansiedade é uma emoção comum, natural no desenvolvimento e no modo de ser humano. Assim como as outras emoções, ela tem uma função na vida e no desenvolvimento do indivíduo.

    “Uma das funções surge quando estamos tendo ideia de ameaça em relação a alguma situação ou pessoa. Por exemplo, muitas vezes, o estudante se sente muito ansioso quando vai apresentar um trabalho. A ansiedade, neste caso, pode atuar no papel protetivo. Ou seja, faz com que este estudante se prepare mais, treine para a apresentação, leia mais sobre o tema”, explica.

    Ainda que seja algo natural e com uma função, em certas situações, a ansiedade ultrapassa o nível considerado ideal. Ana Carolina Ermisdorff explica que é necessário observar e ficar atento a três aspectos: a intensidade com que a ansiedade surge, a frequência com que ela acontece e se isso está causando algum prejuízo, seja profissional ou pessoal.

    “Precisamos observar com qual intensidade ela surge, se é algo que tem ocorrido toda semana, quase todos dias, se o indivíduo tem deixado de fazer coisas que, naturalmente, se espera que seja feito. De alguma forma, a ansiedade está fazendo com que desmarque compromissos ou busque o isolamento? São situações que precisam ser analisadas.”, explica a psicóloga.

    A ansiedade pode causar pode fazer com que a pessoa fuja de atividades corriqueiras. “Quando mais intensa a ansiedade fica, mais frequentemente o indivíduo acaba tendo comportamentos que podem causar certo isolamento”, pontua Ana Carolina.

    Em alguns casos, ela pode provocar coração acelerado, falta de ar, sudorese e desconforto abdominal. “São sintomas físicos que acompanham o indivíduo quando está muito ansioso. Os sintomas acabam se intensificando de forma que a pessoa fique mais preocupada”, explica a psicóloga.

    Ana Carolina Ermisdorff indica que, nestes casos, o indivíduo utilize técnicas de respiração. A diafragmática é a mais indicada e pode ser feita quantas vezes for necessário para conseguir relaxar. Outra técnica que pode ser usada é a do relaxamento muscular progressivo. A partir da contração e soltura dos músculos, o indivíduo consegue ter a sensação de relaxamento imediato.

    A professora da Estácio pontua, porém, que, se os episódios se tornam frequentes e intensos, a orientação é procurar ajuda profissional. “Encaminhamos para um profissional da Psicologia para tentar entender e ajudar com técnicas específicas, além do processo terapêutico, para que a pessoa possa ter um certo controle emocional em situações necessárias”, garante.

    Últimas