Contra Lula e Dilma, somos milhões
Cerca de 6 milhões de brasileiros foram às ruas, na maior manifestação de todos os tempos no país, bem superior ao movimento pelas eleições diretas, quando dos estertores da ditadura militar. Teve-se também objetivos bem determinados e clareza na irresignação popular. A multidão insurgiu-se contra o governo, pelo impeachment de Dilma, contra Lula, contra a corrupção e a indecência na política, contra o PT e em apoio à Operação Lava-Jato e ao juiz Sérgio Moro.
Houve certa ordem de precedência ou importância nos atos e o que mais me chamou atenção foi o número de faixas e cartazes que pediam o impeachment da presidente e outros tantos de aplauso à atuação do magistrado de Curitiba. Teve-se um recado sem rodeios da população aos implicados nos crimes que vêm sendo levantados pela Lava-Jato, uma advertência severa ao ex-metalúrgico Lula da Silva, que ainda se julga intocável, acima da lei e da ordem jurídica.
A população deu seu aval aos procedimentos em curso de apuração e punição dos corruptos, na órbita do Poder Judiciário, nos inquéritos e processos do Petrolão e em outros casos de assalto aos cofres da Nação. Mais ainda, com todas as evidências, chancelou os atos judiciais referentes ao decreto de condução coercitiva e ao pedido de prisão preventiva do ex-presidente, subscritos pelo juiz Moro e pelos promotores de São Paulo. O tiro da Jararaca de rabo amassado saiu pela culatra e o pronunciamento raivoso do ex-metalúrgico, na sede de seu partido em São Paulo, serv iu apenas para colocar mais combustível na insatisfação popular contra tudo o que o réptil hoje representa no Brasil.
Com o grito dos brasileiros, agrava-se a situação de Dilma, de Lula e do PT. Figuras indistintas e inseparáveis, mergulhadas na incompetência e na corrupção, terão certamente o mesmo e impiedoso destino, o lixo da história. Conduziram o país a uma crise de largas proporções e conseguiram sepultar relevantes conquistas sociais, algumas até obtidas ou alardeadas em seus governos. Tudo foi por água abaixo e muitos segmentos que haviam ascendido na escala social fazem agora amargo retorno às suas condições de origem, esmagadas pela desordem econômica, pela inflação e p elo desemprego em níveis crescentes.
A revolta é geral e perpassa por todas as camadas da sociedade, ricos e pobres, de uma ou de outra forma, alcançados pela falência da administração lulopetista. Viu-se nas concentrações do dia 13, o mesmo número do PT, mera coincidência (?), um desfile de fisionomias diversas da população, com participação espontânea nos atos de protesto.
Para o malogro absoluto do governo Dilma, não há soluções à vista, a não ser a improvável renúncia da presidente ou a cassação do mandato presidencial, via impeachment ou pelo Tribunal Superior Eleitoral. Ela é o nome da crise, que não será vencida com sua presença no Palácio do Planalto. E a infeliz hipótese de nomeação de Lula primeiro-ministro, como forma de salvar o governo e proteger o ex-metalúrgico contra as teias da Justiça Federal do Paraná – Sérgio Moro, servirá apenas para jogar mais lenha na fogueira da destruição do lulopetismo, a derrocada final na malfadada experiência do projeto Dilma.
Lula, que é tudo menos bobo, nas atuais circunstâncias, entregará os anéis, na vã tentativa de preservar os dedos. Deverá recusar o convite, pois não entrará em canoa furada, num governo que não tem mais a menor chance de sobrevida.
paulofigueiredo@uol.com.br