• Contra a eugenia

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 15/02/2016 10:00

    Sou a favor da vida incondicionalmente. Considero-a como um bem intransferível. Por isso, eu acho que ninguém tem o direito de tirar a vida do outro. Fato que me obriga a posicionar-me contra a pena de morte. Em decorrência disso, também sou contra a eugenia e a eutanásia.

    É do conhecimento de todos que a sociedade espera do Poder Judiciário a manutenção do estado de direito e o discernimento na aplicação da lei.  Em síntese, espera-se justiça.

    No Brasil, não há uma lei que estabeleça a imposição da pena de morte. Nem há lei que possa legitimar a eugenia.  Segundo a legislação vigente, o aborto só pode ser executado, em nosso país, em três casos: quando a vida da mãe está em risco, em caso de estupro ou quando se constata cientificamente a encefalia.  Mas clandestinamente, o aborto é praticado até mesmo por conveniência, sem o menor respeito à vida.

    Já afirme aqui que gostei da decisão da OMS (Organização Mundial da Saúde) quando decretou estado de emergência internacional, tendo em vista a proliferação da microcefalia associada ao vírus zika. E agora me coloco radicalmente contra a orientação dada por membro da ONU (Organização das Nações Unidas) para que os países, que estão sofrendo com o crescente número de casos de microcefalia relacionados ao vírus zika, venham implantar a descriminação da prática do aborto nos casos provocados por esse vírus. E que essa prática seja efetuada com o apoio dos órgãos públicos de saúde.

    Caro leitor, há lesões congênitas, mais graves que a microcefalia. E nunca houve uma orientação assim tão direcionada para a prática do aborto. Basta um pouco de bom senso para entender que passamos por um problema sério. E não é o aborto que irá resolvê-lo.  Se isso for implantado no Brasil, teremos problemas mais sérios, uma vez que haverá a possibilidade da prática abortiva ser efetuada indiscriminadamente.

    Não se pode decretar a morte dessas crianças que ainda se encontram no ventre das mães, uma vez que os testes para a identificação dos casos envolvendo o vírus zika ainda são imprecisos e nem todos os médicos estão habilitados para diagnosticar tais casos. Hoje já se tem notícia de que várias mulheres abortaram somente pela suspeita de ser portadora do referido vírus.

    É visível o esforço dos cientistas na busca de uma vacina capaz de conter as doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti. Só que todos sabem que fazer uma vacina não é como fritar um pastel, leva tempo na observação, na análise, na constatação da eficiência dos resultados. É louvável a mobilização mundial para conter os casos dessas doenças transmitidas por esse mosquito, como a dengue, a chikungunya, a síndrome de Guillain-Barré. Porém ainda estamos em um processo de estudo e análise. Corre-se contra o tempo.  A Ciência ainda está em busca de uma solução mais eficaz para esse problema.  Mas não é pela incapacidade de conter o avanço da doença que se vai decretar a morte das crianças vítimas do vírus zika.

    Acredito na sensatez das autoridades jurídicas do nosso país. E reafirmo: o aborto não é solução.  Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz detectaram a presença do vírus zika ativo na urina e na saliva. Fato esse que já desencadeou uma série de especulação, pois há quem diga que o beijo possa ser mais uma forma de transmissão do citado vírus, logo as mulheres grávidas não podem mais beijar par não colocar a vida do filho em risco, ou seja, quando a Ciência não tem um diagnóstico preciso, as especulações, as crendices e a histeria ganham espaço na imaginação popular.

    Últimas